ATA DA SEPTUAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 27-8-2009.

 


Aos vinte e sete dias do mês de agosto do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Juliana Brizola, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Sofia Cavedon, Toni Proença e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 168/09 (Processo nº 3482/09), e, conjuntamente com a Vereadora Juliana Brizola, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/09 (Processo nº 3031/09); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei do Legislativo n° 146/09 (Processo nº 3395/09). Também, foram apregoados os Ofícios nos 630, 631 e 632/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 026, 027 e 028/09 (Processos nos 3772, 3773 e 3774/09, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram três Ofícios nos 082/08, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal – CEF. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Gilmar França, Diretor Jurídico do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Rio Grande do Sul – SINDISAÚDE-RS –, que discorreu sobre o sistema público de saúde a que tem acesso a população porto-alegrense, em especial sobre problemas verificados junto ao Complexo Hospitalar da ULBRA. Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, as Vereadoras Maria Celeste e Fernanda Melchionna e os Vereadores Dr. Raul, Airto Ferronato, Mauro Zacher, DJ Cassiá, Toni Proença, João Antonio Dib e Valter Nagelstein manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o Vereador Carlos Todeschini. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Alceu Brasinha. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou os presentes para o painel “Cooperativas de Trabalho, Terceirização e Precarização, Sim ou Não?”, que integra o Seminário Terceirização no Serviço Público, a ser realizado hoje, a partir das dezenove horas, no Plenário Otávio Rocha; para o Seminário sobre Transporte Coletivo – Porto Alegre – Guaíba, no dia vinte e nove de agosto do corrente, das nove às dezoito horas, na Câmara Municipal de Guaíba, e para o Seminário sobre Violência Escolar, no dia vinte e seis de setembro do corrente, das nove às dezoito horas, no Plenário Otávio Rocha, promovidos pela Escola do Legislativo Julieta Battistioli. Também, prestou informações sobre o painel “Polícia e Democracia: Desafios para a Reforma da Segurança Pública”, programado para o dia de amanhã, às vinte horas, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS –, de iniciativa do Centro de Estudos do Trabalhismo – CET. Após, a Vereadora Maria Celeste manifestou-se acerca do pronunciamento efetuado pelo Vereador Alceu Brasinha, em Comunicação de Líder, tendo-se manifestado a respeito o Vereador Alceu Brasinha. Ainda, o Vereador Mauro Zacher convidou os presentes para as atividades relativas à Primeira Conferência Nacional de Segurança Pública – CONSEG –, a ocorrerem do dia de hoje ao dia trinta de agosto do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Dr. Thiago Duarte. Às quinze horas e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Engenheiro Comassetto, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do § 4º do artigo 180 do Regimento, a exposição sobre mobilidade urbana em Porto Alegre. Compuseram a Mesa: os Vereadores Adeli Sell, Toni Proença e Nelcir Tessaro, respectivamente 1º e 2º Vice-Presidentes e 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o Senhor Luiz Carlos Bueno de Lima, Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Luiz Carlos Bueno de Lima, que discorreu sobre mobilidade urbana em Porto Alegre. Durante o pronunciamento do Senhor Luiz Carlos Bueno de Lima, foi realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Senhoria. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, manifestaram-se acerca do assunto em debate os Vereadores Adeli Sell, João Carlos Nedel, Reginaldo Pujol, Nelcir Tessaro, Engenheiro Comassetto, Carlos Todeschini, Paulinho Ruben Berta, Sofia Cavedon, Beto Moesch, Maria Celeste e DJ Cassiá. Na oportunidade, o Vereador Alceu Brasinha informou o agendamento de reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente com o Secretário Municipal da Saúde, para o dia três de setembro do corrente, às quatorze horas e trinta minutos. Também, o Senhor Presidente informou que hoje, às dezoito horas, seria instalada neste Legislativo a Frente Parlamentar para a Reforma Urbana, sob a coordenação do Vereador Engenheiro Comassetto. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Pedro Ruas, solicitando Licença para Tratamento de Saúde nos dia de hoje e amanhã. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Luiz Carlos Bueno de Lima, para considerações finais em relação ao tema da mobilidade urbana em Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 007 e 017/09, os Projetos de Lei do Legislativo nos 053, 095, 142 e 153/09, o Projeto de Lei do Executivo nº 023/09, o Projeto de Resolução nº 017/09; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/09, os Projetos de Lei do Legislativo nos 018, 144, 145, 150, 151, 155 e 071/09, este discutido pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Resolução nº 024/09. Em seguida, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Beto Moesh, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, nos dias vinte e três e vinte e quatro de maio do corrente, no evento “Viva a Mata 2009”, em São Paulo – SP. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Às dezesseis horas e cinquenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Adeli Sell, Toni Proença, Nelcir Tessaro e Tarciso Flecha Negra e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Gilmar França, representando o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Rio Grande do Sul - SINDISAÚDE -, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo ao Complexo Hospitalar da ULBRA.

 

O SR. GILMAR FRANÇA: Boa-tarde, Presidente, Ver. Adeli Sell; demais Vereadores presentes; população que nos vê e escuta em casa pela TVCâmara, quero saudar os funcionários da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, assim como os demais Vereadores que se encontram presentes no plenário.

Quero lembrar à maioria dos Vereadores que se elegeu, que teve essa sorte e a quem a população deu o compromisso de zelar por esta Cidade, que um dos primeiros princípios do Vereador é o de fiscalizar as atividades do Executivo Municipal. O SINDISAÚDE encontra-se, há mais de seis anos, lutando contra o fechamento de dois hospitais aqui em Porto Alegre.

No ano de 2002, uma matéria do Josias de Souza, na Folha de São Paulo, nos alertou para isso, e, de lá para cá, o SINDISAÚDE tomou uma posição de vanguarda e começou a lutar, primeiro em defesa da população, objetivo que estava na maioria das matérias que muitos Vereadores distribuíram pela Cidade - lutar pela saúde da população e fiscalizar o Executivo. E é este nosso intuito hoje aqui: pedir que cada Vereador, que cada Vereadora, cumpra com uma das suas atividades mais importantes, que é fiscalizar o Executivo.

Por que eu digo isso? Porque, desde 2005, viemos alertando, aqui na Câmara de Vereadores, na Comissão de Justiça da Câmara de Vereadores, na Assembleia Legislativa, que a administração dos hospitais da ULBRA, aqui na nossa Cidade - estou falando de Porto Alegre, de todos os hospitais, independentemente de serem luteranos -, era temerária, e isso nós disponibilizamos em várias matérias, com o dinheiro dos trabalhadores. Nós alertamos a população e os Vereadores eleitos sobre o que estaria ocorrendo na PUC, com matéria paga com o dinheiro dos trabalhadores, para zelar pela saúde da população como trata esse documento do ano passado. Ele é bem claro: a ULBRA não sabe administrar os seus hospitais. A matéria do Josias, no jornal Folha de São Paulo, tratando desse assunto, vem sendo publicada desde 2002. Nós tivemos diversos apedidos feitos na imprensa, e hoje a gente tem muito claro o que acontecia na ULBRA. E isso é matéria de jornal, mas não é isso que o Sindicato veio fazer aqui, porque todos os escândalos que estão ocorrendo no País - no Estado, no Detran; no Município de Porto Alegre, com a Sollus -, não é isso que nós queremos; isso é para os Vereadores discutirem, isso é para os Deputados discutirem; não é essa a tarefa do Sindicato. A tarefa do Sindicato é defender o emprego de 800 trabalhadores que estão, há sete meses, na rua, e nenhuma palavra foi dita. É inadmissível que o Prefeito de Porto Alegre, o Sr. José Fogaça, por quem eu tenho o maior respeito - pegou o Eliseu Santos, que é o Secretário da Saúde, colocou embaixo do braço e apresentou para nós, Dr. Raul, e disse assim: “Esse é médico, ele vai resolver o problema da Saúde em Porto Alegre”. Mas resolver o quê? Nós estamos com esses dois hospitais fechados desde o dia 14 de abril, Ver. Adeli, Ver. João Antonio Dib. Onde está o Secretário da Saúde, que não fez uma manifestação? Pelo contrário, ele saiu de férias. Onde está o Prefeito desta Cidade?

Em Canoas, nós fizemos, Dr. Raul, gravíssimas críticas ao Prefeito Jairo Jorge, mas lá ele está fazendo a parte dele, lá ele está brigando e está conseguindo reabrir o Universitário. E o nosso Prefeito, por que não se manifesta? A Saúde em Porto Alegre é plena, ela está municipalizada. A população não merece isso. Nós temos milhares e milhares de porto-alegrenses hoje a quem está sendo negado um direito fundamental, que é o direito à saúde, é o direito à vida, e é isso que o SINDISAÚDE vem pedir, Verª Sofia, Verª Celeste, Verª Fernanda e Verª Juliana Brizola, a nossa grávida. Isso é o que nós vimos solicitar. É inadmissível que a Câmara de Vereadores, Ver. Todeschini, que é Presidente da Comissão de Saúde, não encaminhe. Eu não sei se encaminhou, mas a Câmara tem obrigação. Esses trabalhadores que aqui estão, e a população de Porto Alegre - tem que ficar bem claro, Ver. Adeli Sell - não são pedintes. Nós não vimos aqui pedir nada, pedir favor nenhum, nós somos contribuintes! Nós pagamos impostos, nós pagamos água, nós pagamos luz, nós pagamos todos os impostos, porque muitos Vereadores olham para a gente com uma cara de quem está pensando: “Vieram, de novo, pedir”. Nós somos contribuintes; não somos mendigos. A população paga pelo atendimento no Sistema Único de Saúde. E há muitas pessoas aqui que não defendem o SUS, só falam que defendem o SUS, porque, se o Secretário da Saúde, o Eliseu Santos, defendesse o SUS, ele não traria a Sollus para cá para fazer o que fez! Ontem, eu vi, na Rede Record, seis mil pessoas desassistidas nos postos de saúde, e a quebradeira que fizeram. E outra, é inadmissível ainda não terem aberto uma CPI aqui para investigar isso! As pessoas estão morrendo. O hospital de Guaíba fechou ontem, e as grávidas de Guaíba, Dr. Raul, vão ter os filhos delas sabe onde? Na ponte do Guaíba. Mas, quando a ponte levantar, elas não vão poder passar para Porto Alegre. Eu faço a crítica ao Secretário Osmar Terra, mas eu tenho que respeitar ele, pelo menos ele não é covarde, ele não se esconde. Ele mentiu? Mentiu! Ele prometeu aqui que iriam abrir os hospitais em 30 dias, e, já faz quatro meses, e ele não fez nada.

A matéria do Sindicato Médico diz: “Terra diz ao Sindicato Médico que os hospitais não vão fechar”. Em 3 de dezembro do ano passado, o Secretário Terra disse que os hospitais não iriam fechar. Os três hospitais estão fechados, e nada foi feito.

Quando começou a gripe: “Isso é apenas mais uma gripe”. Quinhentos e cinquenta e sete mortes. Se nós não tivéssemos hoje dois hospitais públicos, o Grupo Hospitalar Conceição e o Hospital de Clínicas, que montaram barracas para atender a população desta Cidade...

 

(Aparte antirregimental do Ver. Dr. Raul.)

 

O SR. GILMAR FRANÇA: Elas têm coragem de ir aos postos de Saúde, Dr. Raul? O senhor acha que dá para ir, com aquelas reportagens que a gente vê, do jeito que estão os postos de saúde?

E o Secretário Municipal da Saúde está de férias, sumiu; na realidade, se acovardou! E agora, na próxima eleição, e é bom que a população que nos escuta em casa saiba, provavelmente ele vai querer ser Deputado Federal ou Deputado Estadual, e vai prometer, de novo, que vai cuidar da Saúde, que vai cuidar da vida das pessoas.

Concluindo, nós vimos novamente à Câmara de Vereadores alertar, como alertamos a respeito da Sollus, porque não dá para permitir que estes hospitais, o Independência e o Luterano, fiquem fechados. Nós temos um comunicado do dia 19, da Reitoria da ULBRA, informando que 800 trabalhadores, Ver. Adeli Sell, que estão há cinco meses em casa, e a ULBRA está pagando os seus salários desde que fecharam os hospitais, estão à disposição para atender a população; colocou os dois hospitais e os trabalhadores à disposição do Estado e do Município.

Agora eu pergunto, por que tem que comprar leitos de UTI a mil reais em hospital privado? Por quê? Por que tem que pagar, pelo leito de UTI, mil reais no Hospital Mãe de Deus, no Hospital Moinhos de Vento, no Hospital Ernesto Dornelles e nos hospitais privados, se nós temos 400 leitos em dois hospitais aqui na Cidade? Por que tem que fazer isso?

É este o pedido da população de Porto Alegre. Nós queremos que a Câmara de Vereadores, por intermédio de seus Vereadores, cumpra a sua função: fiscalize o Prefeito, fiscalize o Secretário e cobre a imediata reabertura do Hospital Luterano e do Hospital Independência. Nós não suportamos mais ver mulheres, adultos, crianças morrendo, enquanto o Prefeito e o Secretário aqui de Porto Alegre não se manifestam.

Agradeço a todos este espaço democrático que a Câmara de Vereadores tem para a população de Porto Alegre. E nós permaneceremos atentos. Um abraço e obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Convidamos o Sr. Gilmar França, Diretor Jurídico do SINDISAÚDE, a fazer parte da Mesa.

O Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, eu quero saudar o Sr. Gilmar, que representa a diretoria do SINDISAÚDE, neste momento, nesta Tribuna Popular, e todos os trabalhadores da Saúde que estão acompanhando conosco este importante debate, esclarecedor para esta Casa, quando o Sindicato vem denunciar a situação em que se encontra o Hospital da ULBRA, fechado, os trabalhadores que estão ali disponibilizados para o Executivo local... Há mais de um mês esta Casa, Gilmar, vem tratando deste tema na Comissão de Saúde, com a interferência da própria Presidência da Casa, e mais uma vez o desrespeito do Executivo local é demonstrado quando o senhor vem a esta tribuna e diz que nada foi realizado até o presente momento.

Nós estivemos, 20 dias atrás, em reunião com o Secretário de Saúde, Secretário Eliseu, quando ele pediu licença para nós, que tratávamos do assunto do Instituto Sollus, dizendo que estaria se retirando para uma outra reunião exatamente para tratar da questão do Hospital da ULBRA. Isso foi há 20 dias; agora a notícia que o senhor nos dá é que simplesmente o Secretário, em meio à crise instalada no Município de Porto Alegre, está de férias. Quando esperávamos que o Prefeito e o Secretário instalassem um gabinete de emergência frente à situação e ao caos em que se encontra a Saúde pública no Município de Porto Alegre, o Secretário tira férias! Assim nós vamos amargando mais uma questão posta na cidade de Porto Alegre, e quem paga a conta são os usuários do Sistema de Saúde do Município de Porto Alegre, é a população de Porto Alegre. Assim verificamos que o Posto Tijucas, o do Barro Vermelho, o da Vila Vargas, no Partenon; o Mário Quintana, o São Vicente Mártir estão fechando as portas por falta de médicos, por falta de atendimento. Assim verificamos que o Posto da Nova Gleba, o Posto da Santa Rosa não têm suficiente número de médicos e trabalhadores na Saúde para atender toda a população.

Mais uma vez ficamos estarrecidos diante da denúncia posta na Cidade de que a Secretaria da Saúde, frente a toda essa situação, deixou de aplicar, em 2008, 14 milhões de reais na Saúde, no Sistema de Saúde da cidade de Porto Alegre, que perdeu já um milhão desse recurso para o Governo Federal por inoperância administrativa do Prefeito Fogaça e do Secretário Eliseu Santos.

Os senhores têm o nosso reconhecimento, o nosso apoio, e gostaríamos que fossem encaminhadas as notas taquigráficas desta Tribuna para a Comissão de Saúde e também a possibilidade, junto ao Presidente - já consultei aqui, Ver. Todeschini - de que se faça uma Audiência Pública na Comissão de Saúde sobre esse tema, e que o Dr. Eliseu venha a esta Casa explicar quais foram os encaminhamentos que ele deveria ter feito e não fez nos últimos 30 dias, reconhecidos por esta Casa, solicitados pela Mesa e pela Presidência; que ele interrompa as suas férias e venha a esta Comissão dar as explicações necessárias. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde a todos. Saúdo o Gilmar, representante do Sindicato, e sobretudo os trabalhadores da ULBRA que hoje estiveram aqui, porque, afinal, não faz pouco tempo que esses trabalhadores vêm-se dedicando a uma luta justa e necessária em prol não só do seu trabalho, mas em prol da Saúde pública. Afinal, como bem lembraste, Gilmar, o que houve na ULBRA foi uma gestão, além de temerária, corrupta, de um reitor que teve a cabeça cortada graças à mobilização de vocês, dos professores e dos estudantes, que conseguiram botar para fora a dinastia corrupta dos Becker. E é lamentável que ainda hoje o atual reitor ganhe em torno de 60 mil reais, enquanto os trabalhadores ganham menos de mil, menos de mil e quinhentos reais. Queria registrar isso, porque mostra como é distorcida a questão...

 

(Aparte antirregimental.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Essas foram informações obtidas nos bastidores no sentido de que é cerca de... Seria bom que viessem a público esses contracheques, porque eles mostrariam a distorção que existe entre o salário dos grandes, dos poderosos, e o salário dos pequenos, dos trabalhadores. Como bem lembraste na tua intervenção, o problema inclusive da crise política por que passa o Estado e o País e que também é responsabilidade nossa, porque todo o mundo é contribuinte, é o dinheiro dos nossos impostos que está indo para qualquer lugar e infelizmente não está indo para investir nas áreas sociais, de interesse para a população.

Quero concluir dizendo que, neste momento de grave crise na Saúde, que já existia antes da gripe A, mas foi acentuada por ela, tiramos como encaminhamento, de acordo com todas as Lideranças, pedir a encampação, pelo Município e pelo Estado, dos dois hospitais da ULBRA, e é lamentável que, até agora, não tenha havido resposta. Contem conosco em todas as lutas que vocês fizerem, porque vai ter que haver luta para a gente conquistar. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Ver. Adeli, Presidente dos trabalhos; gostaria de saudar o nosso SINDISAÚDE, na pessoa do Gilmar, e dizer que nós, que militamos há muito tempo nessa área da Saúde, já passamos por várias situações e estamos enfrentando mais uma situação de muita seriedade, que é essa questão da ULBRA. Já nos debruçamos sobre essa questão da ULBRA várias vezes, na Comissão, em vários momentos. Este ano, recordo-me, por exemplo, de, há cerca de dois meses, ter solicitado ao nosso Presidente Todeschini uma Audiência Pública sobre a questão da ULBRA, mas isso acabou ficando para uma outra reunião, enfim, e não saiu a Audiência Pública.

Eu acho importante essa Audiência Pública. Por quê? Porque o ponto número um, para mim, que sou médico - mais do que Vereador, sou médico -, é o atendimento à população. E o que temos? Nós perdemos 30% dos leitos que tínhamos há dez anos, e agora perdemos esses hospitais que queremos recuperar, e não só isso, recuperar a excelência dos profissionais, dos trabalhadores que lá se dedicam a esse serviço há tantos anos, sendo que muitos deles são remunerados de uma forma descontrolada, incompleta. Na parte médica, temos convicção de que isso está ocorrendo também. Então está na hora de encontrarmos realmente uma solução que qualifique não apenas o momento da ULBRA, mas que qualifique o atendimento da Saúde pública para os próximos anos nessa instituição. Acredito que essas coisas públicas nós queremos resolver em dias, às vezes elas levam meses, e, se não fizermos pressão, muitas vezes demoram anos ou nem acontecem.

Então, acho que o Sindicato está no seu papel, os profissionais que estão lá estão no seu papel, e nós aqui temos que estar permanentemente vigilantes, como estamos, e trabalhando para que as coisas aconteçam em nível de Executivo. Acredito na boa sugestão que foi feita aqui.

Para finalizar, gostaria de dizer que falei pela Bancada do PMDB, que é composta aqui pelos Vereadores Haroldo, Valter, Bernardino, Sebastião Melo e João Pancinha.

Desejamos sucesso não só a vocês, mas a todos nós que estamos imbuídos dessa luta nesse processo.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado ao Ver. Dr. Raul, que falou pela Bancada do PMDB.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Ver. Adeli Sell, na presidência dos trabalhos, meu caro Gilmar, eu quero registrar, em nome do nosso Partido, o PSB, a importância do assunto tratado, que é da maior relevância para a sociedade, especialmente para a nossa Capital, Porto Alegre.

Em segundo lugar, quero ressaltar a importância da sua presença e da presença dos nossos visitantes, até para mostrar a mobilização que existe no sentido de fazer com que se busque uma solução que seja positiva para a Cidade.

Quero dizer também que acompanho aquilo que aqui foi proposto, porque sou Presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul aqui da Câmara e acredito que, capitaneados pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, estaremos presentes, juntos, para tentar contribuir e ver de que forma se agiliza um processo de solução para a questão.

Concordo também que seria interessante que mais unidades hospitalares estivessem em funcionamento na cidade de Porto Alegre. Um abraço ao senhor e a todos que aqui estão.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; colocamos a Bancada do PDT à disposição, temos médico na Bancada e integrante da Comissão de Saúde. Tenho certeza de que o SINDISAÚDE tem recebido, por parte da nossa Bancada, todo o apoio necessário para o enfrentamento das várias questões relativas à Saúde. Estamos sempre presentes, quando se trata desta grande demanda, deste grande desafio, nós, Vereadores, o Poder Público, a sociedade, sindicatos, haja vista essa questão da ULBRA, também, e todo o enfrentamento.

Em rápidas palavras, reafirmo o nosso compromisso, a nossa solidariedade para encontrarmos soluções no que diz respeito aos grandes desafios.

Está chegando aqui o nosso representante da Saúde da nossa Bancada - e falo em nome da Bancada -, o Dr. Thiago tem sido um lutador combatente, médico do nosso Município, responsável, compromissado com as demandas que a nossa população necessita em relação à Saúde.

Contem com o nosso apoio, porque estaremos presentes e vigilantes no enfrentamento e no avanço de políticas públicas para a Saúde. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Sr. Gilmar França, funcionários da ULBRA aqui presentes, em nome da Bancada do PTB - Ver. Tessaro, Ver. Brasinha, Ver. Chiodo, e o nosso Líder, Ver. Nilo Santos -, quero dizer que, infelizmente, a Saúde é um problema nacional. Infelizmente.

Não justifica, claro, Sr. Presidente, que, em alguns locais, a Saúde seja diferenciada. A Saúde tem de ser igual para todos. Sem saúde, não conseguiremos ir a lugar algum.

É claro, Sr. Presidente, é claro, Gilmar, que esta Bancada tem a responsabilidade de fiscalizar, ela tem a responsabilidade de trabalhar pela sociedade. Por isso, em nome da Bancada do PTB, eu quero dizer que o senhor pode contar com o apoio da nossa Bancada, no que depender desta Bancada, podem ter a certeza e a convicção de que estaremos juntos com os senhores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Sr. Gilmar França, representante do SINDISAÚDE, que usou a Tribuna Popular na tarde de hoje; trabalhadores dos hospitais da ULBRA; eu quero, em nome da Bancada do PPS, nos colocar à disposição para tentar construir soluções que possam chegar a um bom termo na reabertura dos hospitais da ULBRA em Porto Alegre, principalmente, que, como Vereador de Porto Alegre, a nossa atribuição é contribuir para que possamos executar melhores políticas públicas na Cidade, principalmente na área da Saúde. A Saúde é uma área em que por mais que se aportem recursos, por mais que se estabeleça uma boa gestão, sempre será deficitária a cada dia mais. Portanto, quando se tem a oportunidade de construir uma solução, a Bancada do PPS sempre se coloca à disposição e é solidária. Acredito que ao procurarmos tanto o Secretário Estadual de Saúde, o Dr. Osmar Terra, que vem fazendo um bom trabalho na gestão da Saúde no Estado, como o Dr. Eliseu, eu tenho certeza de que encontraremos neles a sensibilidade necessária para serem parceiros nessa tarefa. Portanto, contem conosco, vamos juntos - porque o desafio é juntos - construir uma solução. Parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sr. Gilmar França, representando, neste momento, o Presidente do SINDISAÚDE, meu amigo João Roberto Menezes; a saúde é o tema mais importante na campanha de todos os candidatos em todos os níveis, quer seja municipal, estadual, ou federal, e está correto que seja um tema primordial a ser tratado, importante, sem dúvida nenhuma. Só que o Governo Federal dá um mau exemplo ao País; começa ali, péssimo exemplo! Há uma imoralidade generalizada na Câmara Federal, imoralidade acompanhada pelo Presidente da República, Sr. Lula Inácio da Silva.

No ano passado, havia uma Emenda Constitucional a ser regulamentada por lei, a Emenda nº 29, e o Governo do Sr. Lula não deixou que fosse votada, deixando para depois das eleições. As eleições passaram, e não foi votada. Agora, estamos encerrando o oitavo mês do ano, e nenhum Deputado Federal lembrou de votar a Emenda Constitucional nº 29. Apenas um Senador disse que já foi aprovada a regulamentação no Senado. Portanto, se o Governo Federal não dá o exemplo, os outros não têm recursos, porque se na

o vem o dinheiro da Saúde, que são 4% hoje, e às vezes é usado em outras coisas, a Emenda levaria 10% da arrecadação tributária, aí teríamos outras condições de saúde, não viveríamos as dificuldades que estamos vivendo hoje. Então, tribute-se ao Governo Central e à Câmara Federal as dificuldades que estamos enfrentando em todas as áreas da Saúde, tanto no Rio Grande como no resto do Brasil. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Quero cumprimentar todos os integrantes do SINDISAÚDE, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias da Casa, o Gilmar; digo que tenho convicção absoluta, Gilmar, de que não deve existir dor maior para um pai, para uma mãe, para um familiar, que, em um determinado momento do dia ou da noite, precisar de apoio, precisar de atendimento de saúde e não encontrar. Não deve existir sensação maior de impotência do que essa. Portanto, nós todos temos que ter sensibilidade para essas questões. Quando vemos postos de saúde que se fecham nos lugares mais longínquos da Cidade, em que aquelas pessoas, muitas vezes, não têm dinheiro nem para o ônibus, para o transporte, que dirá para um táxi, nós precisamos estar muito atentos a essa questão. E precisamos nos valer da força que o nosso mandato nos deu e da confiança que o povo nos depositou, para fazer com que essa situação volte imediatamente à normalidade. Mas, muitas vezes, as questões estão, infelizmente, além do nosso alcance. Quiséramos, nós, que, imediatamente, quando verificássemos esse tipo de coisa, no dia seguinte aquilo fosse resolvido.

Eu tenho acompanhado o trabalho da Comissão de Saúde da Casa, às vezes me rebelo um pouco na minha função de Líder do Governo, porque se dá - e é e normal em uma Casa como esta - uma exploração política, e acho que isso não é bom, porque essas questões estão acima e além da questão política. Mas eu acho que falar, reclamar, pedir e fazer o que tu estás fazendo é um exercício absolutamente correto de cidadania.

Essa questão dos hospitais da ULBRA não é simples, é uma equação que importa também em que o Governo Federal aumente o repasse dos recursos para Porto Alegre. Eu compreendo que em Canoas isso já foi mais bem encaminhado, na medida em que o próprio Prefeito já trabalhava lá dentro da ULBRA, e havia de certa forma um diálogo mais fácil, e também ele dialoga mais fácil com Brasília. Nós temos tido mais dificuldades em dialogar com Brasília. E também, infelizmente, é do interesse do Governo Federal que as coisas em Porto Alegre não caminhem na mesma velocidade para prejudicar. Essas coisas da política acabam prejudicando a todos nós, e não deveria ser assim. Da mesma forma, eu imagino a aflição e a dor de um trabalhador que não recebe o seu salário, que ajusta contrapartida o seu trabalho, é a única coisa que ele pode trocar, pelo que ele sabe, é a sua moeda de troca. Nós precisamos valorizar os trabalhadores da Saúde, como precisamos valorizar os trabalhadores de Educação e todos os outros servidores públicos do Estado, mas também todos os outros trabalhadores.

Então, eu quero me manifestar em meu nome, em nome dos Vereadores da nossa base, e há pouco falava com o Ver. Dr. Thiago que me relatava que a situação não é boa, e a situação tem se agravado. Mas quero dizer que tenho conversado com o Prefeito a respeito disso, tenho conversado com o Secretário Eliseu a respeito disso, temos procurado fazer o nosso trabalho, fazer com que o alerta seja aceso, que os olhos sejam abertos, que nós atentemos para essas questões. Nós atuamos de maneira muito pronta e muito resoluta na questão do Instituto Sollus, fazendo uma negociação com o Instituto de Cardiologia, e transferindo para o Instituto de Cardiologia, que é uma entidade que dispensa maiores apresentações, tudo aquilo que estava no Instituto Sollus. Temos que examinar o que aconteceu de errado? Temos, sim, mas o que mais nos interessa é não sofrer solução de continuidade no atendimento das pessoas de Porto Alegre, isso o Instituto de Cardiologia pode nos dar essa garantia, e tenha a certeza, quero te expressar isso em meu nome e dos nossos Vereadores, que nós estamos à disposição. Seja para buscar um agendamento com o Secretário Eliseu, seja para bater às portas do Prefeito Municipal e para fazer essas cobranças que tu estás fazendo aqui que são justas, são pertinentes e são cidadãs. Portanto, tenha a certeza de que, da nossa parte, nós temos absoluta sensibilidade de que esta questão é uma questão da mais alta importância, mas também nós temos compreensão de que há fatores complicadores que muitas vezes fogem ao nosso alcance. Mas, para além de tudo isso, tenha a certeza da nossa disponibilidade para ajudarmos todos vocês a que esses problemas que são nossos e que são da cidade de Porto Alegre sejam resolvidos o mais breve possível. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela Bancada de oposição.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Adeli Sell, meu boa-tarde, meu abraço; Gilmar França, as minhas congratulações por estar aqui trazendo esse assunto que nós, sinceramente, já estamos exaustos e não temos mais ideia do que fazer de tantas coisas que fizemos e de tanta falta de resposta; Vereadores e Vereadoras; Líder da minha Bancada, Verª Maria Celeste, e demais Vereadores; ao PSOL que nos cedeu esta oportunidade; aos trabalhadores dos hospitais da ULBRA, que estão aqui, estão recebendo sem trabalhar, porque o Governo não deu um jeito, até agora, de organizar a situação dos hospitais de serem reabertos. Eles estão aqui em horário de expediente, porque estão, há quatro meses, sem trabalhar. Até agora, nem o Secretário Osmar Terra, nem o Governo Municipal deram um jeito de reabrir os hospitais da ULBRA. São 300 leitos, sendo 30 de emergência. E vou dizer mais, o senhor está completamente equivocado mais uma vez, mais uma vez, Líder do Governo, porque não tem nenhuma diferença política entre o Governo de Canoas, o Governo de Tramandaí, o Governo de Porto Alegre. Todos assinaram o convênio no mesmo dia. Quando todos assinaram, eu estive presente, nas férias de julho, na ULBRA, em Canoas. Nessa oportunidade, estiveram lá o Prefeito Fogaça, o Prefeito Jairo Jorge, o Prefeito de Tramandaí, o Secretário Estadual de Saúde, Osmar Terra, e todos assinaram o mesmo termo. Só que em Tramandaí reabriu, e, lá, é o mesmo Partido de Porto Alegre. Em Canoas, reabriu. Por que em Porto Alegre não reabriu? Isso é a mesma coisa que está acontecendo nos postos de saúde, na falta da aprovação da lei do PSF em Porto Alegre, porque o Governo vem aqui e diz que não vai aprovar a lei para criar o Programa de Saúde da Família. Então, o que ele faz é continuar terceirizando serviços através de uma entidade ou de outra. Ontem, foi a Sollus, que vai ficar até o final do mês; amanhã, vai ser o Hospital de Cardiologia. Mas lei, que dê perenidade, estabilidade e certeza para os trabalhadores e para os usuários, não se vê.

Aí, Ver. João Dib - o senhor me desculpe, o senhor é o Vereador mais antigo do Rio Grande do Sul, o senhor é o que tem mais experiência -, agora, não dá para faltar com a verdade aqui, não dá para fazer discursos levianos. O senhor diz que a culpa é do Lula, enquanto os gestores da Saúde são o Prefeito Municipal e o seu Secretário de Saúde! (Palmas.) Não dá para ser assim, Ver. João Dib! Falta seriedade nisso, e eu não acredito que seja essa a sua trajetória.

Agora, vejam só: é culpa do Lula que cinco milhões e meio foram desviados pela Sollus, sendo que o Conselho Municipal de Saúde alertou, desde o primeiro dia, sendo que o Simers, o SINDISAÚDE, todos os sindicatos alertaram que isso era um contrato vigarista?

Agora, depois de um ano, dois anos de fraude praticadas, aí o Governo vem se compadecer: “Ah, realmente, fomos passados para trás...”. Mas foram passados para trás há pouco tempo com o Sr. Bernardes, aqui, na SMS, com a empresa Reação. “Nós estamos sempre sendo enganados”. Mas que desculpa mais esfarrapada! Enquanto isso, o povo sofre; enquanto isso, no Posto da Tijuca - estive lá, ontem, Verª Maria Celeste -, há um mês não aparece mais um médico; no Barro Vermelho, tem médico um dia sim, um dia não, dois dias não, um dia sim; na Santa Rosa - onde eu tenho uma reunião logo mais - ou lá na Nova Gleba - daqui a pouco -, havia seis médicos, agora tem um; e assim vai, em toda a Cidade: Chácara do Banco, Restinga; no Pronto Atendimento Lomba do Pinheiro; e aqui está, no jornal Diário Gaúcho de hoje, a questão da UBS - São Vicente Mártir.

Então, Sr. Presidente, Ver. Adeli; Gilmar, nós vamos chamar uma Audiência Pública aqui com todos os postos, com todos os trabalhadores dos Postos de Saúde da Família, com todas as comunidades dos Conselhos locais de Saúde, com os Conselhos Regionais de Saúde, com todos os sindicatos, que são muito combativos e têm alertado o Governo há alguns anos sobre essas coisas, e nada é feito: ao contrário, o Secretário tira férias, vai viajar, a Saúde está cada vez mais caótica, e aí o discurso é fácil: “Ah, o problema é de verba do Governo Federal”.

Com essa incompetência toda, eu quero dizer que para ficar pior precisa melhorar muito, porque a coisa é imensurável, pelo caos que está implantado na Cidade, ainda mais agora com a gripe A. Nós temos que fazer aqui uma reunião envolvendo toda a Cidade, e precisamos que a imprensa também se mexa para denunciar quem são os responsáveis, porque não tem ninguém acima da responsabilidade do gestor, porque o gestor é municipal. Agora eu não sei se é o Prefeito, se é o Secretário da Saúde ou se é o Secretário “Sombra”, porque aqui nunca se sabe quem manda, porque, na verdade, parece que o Prefeito não manda nada, parece que o Secretário da Saúde é um outro mandalete, que é jogado de lá para cá, é o encarregado de assinar as coisas que andam por aí, que é essa desgraça toda. Parece que há outros que vêm e decidem se vai ter concurso ou não, se tem lei do PSF, se não tem lei. Assim, a Cidade fica à mercê da pior tragédia da Saúde por que nós já passamos nesta Cidade, porque, para ficar ruim, precisa melhorar muito! Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; eu fico, Ver. Valter, impressionado com a agilidade do discurso do Ver. Carlos Todeschini. Ele participou da Administração passada, tinha todo o poder, tinha muito poder - diga-se de passagem, que ele mandava; basta ver que ele asfaltou muito em Porto Alegre. Ele teria total condição de também mandar na Saúde. Um Secretário da qualidade do Ver. Todeschini tinha total liberdade de fazer isso. Aí ele vem bater no Prefeito Fogaça?! Vem bater no Secretário Eliseu Santos, que é o melhor Secretário já visto?!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Vocês me deem licença para eu falar. Se vocês quiserem vaiar, podem começar, mas vou pedir ao Sr. Presidente autorização para falar. Se vocês aplaudiram o Ver. Todeschini, que falava coisas absurdas... Ele era Secretário na Gestão do PT, que esteve 5.844 dias no Governo! Por que ele não ajudou? Aliás, tinha um Secretário, o Lucio Barcelos, que é Vereador - foi Secretário da Saúde e foi a pior gestão na Saúde, foram eles. Vocês sabem, vocês são testemunhas, porque o que deixaram, literalmente, foi a Saúde quebrada, não atendiam ninguém.

Hoje, o Secretário Eliseu Santos está fazendo um trabalho bom. Tenho certeza absoluta de que eu serei o primeiro a brigar para ajudar vocês. Podem ter certeza: eu vou defender o direito de vocês, mas vocês também têm que escutar a verdade. O Ver. Todeschini vem aqui e faz um discurso - um discurso mentiroso, na realidade. Verdade, Vereador, tu sabes que é verdade, porque a gente não pode jogar para a torcida, não pode jogar com as pessoas que estão necessitando do nosso voto. Eu não faço isso! Eu jogo, com certeza absoluta, mas com convicção, pois tenho certeza de que a Saúde melhorou muito em Porto Alegre. Melhorou! Não melhorou o salário das pessoas que trabalham, mas, se tiver que buscar o apoio deste Vereador, com certeza, eu brigo por eles sempre, porque eles estão lá lutando e atendendo aquelas pessoas que mais necessitam da Saúde.

A gente não pode brincar com a saúde das pessoas que precisam, Ver. Todeschini. O senhor tem que parar com esta brincadeira, porque é vergonhoso o que o senhor faz aqui nesta tribuna, porque o Prefeito Fogaça tem responsabilidade, e muita, pode ter certeza!

Por que o senhor não resolveu o problema do caos na Saúde quando o senhor era Secretário e mandou asfaltar muito em Porto Alegre? Por que o senhor não determinou a verba lá para a Saúde? O senhor tinha condições, pois era Secretário, Vereador! O que é isso?! Quero dizer ao senhor, Vereador, que, pode ter a certeza, vou defender o direito dos cidadãos que trabalham e que lutam pela Saúde, mas não posso entrar nesse discurso furado que o senhor vem apresentar aqui para ganhar palmas e aplausos. Para mim não serve, Vereador!

Quero dizer ao senhor, Vereador, que o senhor é uma pessoa de quem gosto muito - o senhor sabe disso -, mas o senhor tem que começar a falar a verdade, porque é muito vergonhoso mentir; é a mesma coisa que eu chegar e prometer a quem convivo diariamente que o Grêmio vai ser campeão brasileiro - estarei fazendo uma falsa promessa. E é assim que o senhor gosta de fazer, Vereador.

Os senhores terão o meu apoio, junto com a Bancada do PTB, tenho certeza absoluta; temos quatro Vereadores: o Ver. Marcello Chiodo, o Ver. DJ. Cassiá, o Ver. Nelcir Tessaro, todos estão imbuídos nesta luta, mas não venha com esse discurso demagógico, furado, dizer que o Prefeito Fogaça não faz nada. Faz muito! Não teve um dia sequer, tenho certeza, Ver. Valter Nagelstein, que este Prefeito não tenha querido falar com a oposição - o Ver. Comassetto sabe, ele sempre recebeu, elegantemente, e nunca se afastou para não discursar em prol da sociedade.

Para concluir, quero dizer que estou com vocês. Só que eu não gostei do discurso do Ver. Todeschini, porque eu não discurso para a plateia, eu gosto de agir.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu peço licença para dar alguns avisos importantes. Hoje, às 19h, neste plenário, estaremos finalizando mais uma atividade da Escola do Legislativo, que é dirigida pela nossa diligente Diretora Giovana Rigo, sobre o Processo de Terceirização no Serviço Público. Hoje, o terceiro painel abordará “Cooperativas de Trabalho, Terceirização e Precarização. Sim ou Não?”. Nós teremos a presença de importantes debatedores, como Gilson Luiz Laidner de Azevedo, Procurador do Ministério Público do Trabalho; Henrique Fermiano da Silva, Diretor de Finanças da FEEAC/RS, que representará os trabalhadores nesse debate.

Aproveito também para divulgar mais uma atividade da Escola do Legislativo, dessa vez uma parceria entre a Câmara de Porto Alegre e a Câmara de Guaíba. Convido a todos para participar, no próximo sábado, dia 29, das 9h às 18h, do Seminário Sobre Transporte Coletivo Porto Alegre-Guaíba. A continuidade será o transporte rodoviário e a alternativa de barcas, sábado, na Câmara Municipal de Guaíba. É importante esse debate, porque diz respeito não apenas a Porto Alegre, mas a Guaíba, Eldorado, à Região Metropolitana.

Em seguida, faremos um debate, aqui, Ver. DJ Cassiá, sobre Mobilidade Urbana, com a participação do Sr. Luiz Carlos Bueno, do Ministério das Cidades, que já está aqui conosco.

Também quero divulgar outra atividade da Escola do Legislativo: o Seminário Violência Escolar, Verª Sofia, Ver. DJ Cassiá e demais Vereadores da Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Será no dia 26 de setembro. Temos bastante tempo e pedimos, inclusive, à CECE que ajude na convocação para o Seminário, que acontecerá no Plenário Otávio Rocha, com a presença de Glaucia Letícia Meurer, do Colégio Sinodal do Salvador; Marcos Rolim, conhecido por todos nós; Marlova Jovchelovicht Noleto, da Unesco, que nos visitou recentemente; o Vice-Prefeito, José Fortunati; o Dr. Leoberto Brancher, que todos nós conhecemos; e Cláudia Machado, do Território de Aprendizagem da Educação Fundamental da SMED.

Portanto, são seminários extremamente importantes, que serão realizados sempre a partir de uma atividade da Escola do Legislativo.

O Ver. Mauro Zacher nos entrega também aqui, a partir do Centro de Estudos do Trabalhismo, o folder de um outro importante evento que será feito nesta sexta-feira, no Auditório do Prédio 11 da PUC, que é Desafios para a Reforma da Segurança Pública, o palestrante será o Dr. Luiz Eduardo Soares, ex-Secretário Nacional de Segurança, às 20 horas, e a entrada é franca. Maiores detalhes com o nosso colega, Ver. Mauro Zacher.

Obrigado, Giovana; congratule todos os funcionários e assessores da Escola do Legislativo em nome de todos os Vereadores. Obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Eu solicito ao Ver. Brasinha, que fez a manifestação da tribuna, que nos ajude - a Bancada da oposição -, pois temos uma solicitação de audiência com o Prefeito há três meses, e até agora, Ver. Brasinha, nós não conseguimos esta audiência com o Prefeito. Isso significa que ele não dialoga com a oposição. Obrigada.

 

O SR. MAURO ZACHER: Permita-me, Ver. Adeli Sell, só para reafirmar que nós estamos vivenciando, nesta semana, a Conferência Nacional de Segurança Pública, e esse tema que nós trouxemos para o conhecimento de todos, essa possibilidade de os Vereadores, de os estudantes da PUC poderem participar, eu acho que é um belo tema. Eu convido, então, a todos os Vereadores e agradeço pela oportunidade de poder divulgar esse evento que discute política, democracia e desafios da reforma e da segurança pública.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós parabenizamos Vossa Excelência.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Adeli Sell, Presidente, a Verª Maria Celeste falou que há três meses aguarda uma audiência com o Prefeito Fogaça. Tenho certeza absoluta de que o Prefeito tem seus problemas, mas vai abrir as portas para nós. Eu vou intervir e vou pedir essa audiência.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; ilustre Presidente do Sindicato, realmente, o Ver. Valter colocou muito bem essa situação que tanto nos preocupa, que é a situação da Saúde em Porto Alegre.

Eu queria fazer algumas considerações, e é importante que vocês estejam aqui para entender exatamente o que tem acontecido em muitos desses pontos.

Quero falar, inicialmente, brevemente, para depois chegar à situação de vocês, na questão do Programa de Saúde da Família em Porto Alegre. O Programa de Saúde da Família de Porto Alegre tem diversos problemas. E eles iniciam longe de Porto Alegre; eles iniciam no recurso para custear o Programa de Saúde da Família, na falta de um marco regulatório federal que possa garantir o dinheiro para pagar os salários dos profissionais.

O Programa de Saúde da Família, no âmbito federal, é regulado por uma Portaria - que é um instrumento jurídico extremamente frágil, troca Ministro, e, conforme o Ministro, pode trocar a Portaria. Então, efetivamente, precisamos de uma Lei Federal que regule o Programa de Saúde da Família.

É claro, que o problema da terceirização no Município é um grande problema. E desde o início, nos colocávamos contra essa situação.

Há poucos dias, nós tivemos a comemoração dos 55 anos de morte de Getúlio Vargas. Talvez, o maior legado que ele tenha deixado a este País foi a Consolidação das Leis do Trabalho. Se a CLT fosse cumprida, nós não precisaríamos tanto da Justiça do Trabalho. Isso mostra que é uma legislação extremamente adiantada, inclusive, para o nosso tempo.

É importante que esses profissionais do PSF não sejam terceirizados, e sim sejam contratados pela CLT, pelo Município. É importante, também, que, para esses Profissionais - assim como vocês, que já prestaram concurso público, que já fizeram processo seletivo na época da Faurgs, na época do Secretário Kliemann, na época do Secretário Lucio Barcelos - se encontre uma saída jurídica, para que esses profissionais possam ser assimilados pelo Município; que não se diga para eles, senhores de 55, 60 anos, técnicos de enfermagem: “Vocês estão na rua, e, amanhã, tem um concurso público para vocês”. Isso não é correto, isso não é tratar bem o trabalhador. E, por isso esta Casa tem de fazer uma ampla análise do projeto dos PSFs.

É importante dizer que o Município não está descumprindo o TAC – Termo de Ajustamento de Conduta - porque o TAC só começa a valer - e isso está escrito no TAC lá - a partir do momento em que esta Casa aprovar a lei.

Com relação a vocês, nós tínhamos uma opinião bem anterior. Nós dizíamos, desta tribuna, que os esquemas, os sistemas opostos e ortodoxos - o dos 100% SUS e o dos 100% privado - não funcionam. O sistema que efetivamente funciona e é modelo no Estado é aquele sistema que dá a possibilidade do hospital ter pesquisa, ter trabalho, mas que tenha subsídios do SUS, como, por exemplo, do Hospital de Clínicas. E esse modelo está sendo tripudiado e inviabilizado. Então, é esse modelo, que não é 100%, que não é ortodoxo, mas que dá a possibilidade de que haja, efetivamente, um financiamento público para o trabalho em Saúde, que nós vemos na perspectiva do hospital da ULBRA.

Somos solidários, já falei ao Presidente, o nosso Gabinete está aberto, estamos junto com vocês nesta luta. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerramos, neste momento a Tribuna Popular. Tivemos aqui a presença do SINDISAÚDE-RS. Queremos agradecer a presença de todos os servidores de várias áreas da Saúde de Porto Alegre, representadas aqui pelo Sindicato, e agradecer a presença do Gilmar França, que representou a instituição. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h02min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell - 15h04min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações, pois temos um convidado, o Secretário Nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana, Sr. Luiz Carlos Bueno de Lima, que está aqui conosco desde as 14 horas.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com um voto contrário.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Neste momento, quero convidar o nosso Secretário Nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Sr. Luiz Carlos Bueno de Lima, a fazer parte da Mesa. É uma alegria recebê-lo aqui.

Quero solicitar a recomposição do Plenário, neste momento. Ver. Valter Nagelstein, temos aqui a presença de um membro do Ministério das Cidades, vamos tratar, Ver. Engenheiro Comassetto, de um importante tema da mobilidade urbana nas nossas cidades.

Também quero aproveitar para convidar todos e todas para hoje, às 18h, comparecerem aqui ao lado, no Plenarinho Ana Terra, para que possamos dar início aos trabalhos da nossa Frente Parlamentar, proposta pelo Ver. Engenheiro Comassetto, que tratará da Reforma Urbana, e um dos temas mais importantes, evidentemente, são as nossas vias públicas.

O Sr. Luiz Carlos Bueno de Lima, Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, está com a palavra.

 

O SR. LUIZ CARLOS BUENO DE LIMA: Eu quero, antes de mais nada, cumprimentar o Presidente, Ver. Adeli Sell. Agradeço o convite formulado pelo Ver. Comassetto, e quero, por intermédio do Ver. Nedel, amigo da minha família, cumprimentar todos os demais Vereadores e autoridades aqui presentes.

Na verdade, o que nós temos hoje é uma preocupação muito grande com a infraestrutura dos Municípios brasileiros. E, quando se fala nessa preocupação, principalmente na questão da mobilidade urbana, nós temos que ter claro que, pela primeira vez na história do Brasil, um Governo Federal, um Presidente se preocupa em investir recursos para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. Nunca antes, na história do Brasil, um Governo, a exemplo do Governo do Presidente Lula, do meu Governo, disponibilizou tanto recurso do Orçamento da União para financiamento como nós temos hoje.

Para vocês terem uma ideia, eu, na Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, disponho, hoje, de aproximadamente 30 bilhões de reais para investir na melhoria da infraestrutura das cidades brasileiras, isso em recursos de financiamento, recursos para transportes, fora os recursos do OGU - Orçamento Geral da União -, pontuais para algumas situações. Então, é importante que fique claro isso, que Municípios que têm projetos, que têm bons projetos são Municípios que serão contemplados. Agora, necessariamente, nós precisamos ser demandados. A ideia, então, é fazer uma breve apresentação da estrutura do Ministério, da estrutura da SeMob, Ver. Nedel, para que vocês tenham uma visão das ações que podem ser desenvolvidas e de como essas ações podem ser, enfim, pleiteadas junto ao Governo Federal, por intermédio do Ministério das Cidades, com ação da Secretaria.

 

(Inicia apresentação em PowerPoint.)

 

O SR. LUIZ CARLOS BUENO DE LIMA: Agora, vocês verão o organograma. Nós temos o Ministério das Cidades, com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU -, a Trensurb, o Denatran, o Conselho das Cidades e o Conselho Nacional de Trânsito - Contran. Junto à Secretaria Executiva, nós temos o Denatran e quatro Secretarias técnicas: a Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, a Secretaria Nacional de Saneamento, a Secretaria Nacional de Habitação e a Secretaria Nacional de Programas Urbanos. Ações integradas entre essas Secretarias, com certeza, são ações que melhorarão e otimizarão a aplicação de recursos. Mas nem sempre nós conseguimos trabalhar, nós conseguimos investir de forma que possamos trabalhar essa integração. Então, nesse sentido, eu vou apresentar para vocês a estrutura da SeMob.

Nós temos o Departamento de Cidadania e Inclusão Social, que tem como meta desenvolver políticas, programas e ações para a inclusão social e redução da pobreza urbana, através da universalização do acesso aos serviços de transporte público; implantar programas e ações para o barateamento das tarifas do transporte público coletivo urbano. Para vocês terem uma ideia, hoje nós temos um grupo de trabalho interministerial, composto por representantes da Casa Civil da Presidência da República, do Ministério da Fazenda, do Ministério do Planejamento, da Secretaria de Relações Institucionais, do Ministério das Cidades, do Ministério do Meio Ambiente, que tem como objetivo apresentar uma proposta de ação que, uma vez implementada, tenha como reflexo imediato a redução no preço das tarifas praticadas hoje em âmbito nacional. Implementar ações de apoio e fomento à Gestão Participativa e controle social sobre as ações da Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana; desenvolver, estimular e fomentar novas formas de financiamento da infraestrutura da mobilidade urbana. Ou seja, o que nós temos hoje, a exemplo do que eu falei, é um programa nacional, que é o Pró-Transporte, no qual nós temos a possibilidade de chegar a 30 bilhões de reais para investimento, desde que nós tenhamos, claro, projetos que sejam defensáveis, possam ter parecer técnico favorável e, assim, obter os recursos com uma linha de financiamento com juro de 6% ao ano, quatro anos de carência e 20 anos para amortização. Quer dizer, todo Município tem condições de obter esse recurso, desde que, é claro, tenha projetos defensáveis.

Há o Departamento de Regulação e Gestão, em que nós temos ações e projetos para capacitação dos recursos humanos e da gestão do setor. Desenvolver e fomentar ações que contribuam para o desenvolvimento e aperfeiçoamento institucional, regulatório e dos processos de delegação dos serviços afetos à mobilidade urbana; desenvolver e aperfeiçoar diagnósticos das condições de transporte e de suas externalidades; promover ações que induzam à gestão compartilhada e cooperativa entre as três esferas de governo. Inclui-se aí o Distrito Federal.

O Departamento de Mobilidade Urbana tem como meta apoiar Estados e Municípios [e Distrito Federal] na implantação do Estatuto da Cidade nas questões relativas à Mobilidade; propor instrumentos e desenvolver ações de incentivo ao desenvolvimento tecnológico dos setores afetos à mobilidade urbana; promover ações de apoio ao transporte não motorizado (pedestres e ciclistas). Isso é importante, porque, por mais que nós tenhamos, hoje, no Governo do Presidente Lula, no nosso Governo, o apoio, o investimento para manutenção dos empregos, ao mesmo tempo existe uma tenção muito grande para que, a exemplo da indústria automobilística, em que existe um investimento muito grande para a manutenção dos empregos, existe também uma preocupação muito grande com a melhoria da qualidade, de tal forma que, mesmo tendo uma produção, mesmo tendo a comercialização dos automóveis e, aí, a manutenção dos empregos, nós tenhamos uma infraestrutura, um transporte de qualidade, que possa, objetivamente, fazer com que as pessoas utilizem esse transporte público coletivo de passageiros e mantenham os seus carros nas garagens, aí, claro, impactando cada vez menos o meio ambiente e tendo um número menor de veículos circulando nas vias públicas, o que melhora consideravelmente a qualidade do dia a dia da população.

Então, nós temos o apoio de Estados e Município, nós temos a proposta de instrumentos e o desenvolvimento de ações de incentivo tecnológico dos setores afetos à mobilidade urbana, e aí é investimento mesmo, é tecnologia, é desenvolvimento. Quer dizer, nós temos hoje linhas de financiamento para as ações afetas não só à construção, ao estudo, ao desenvolvimento científico-tecnológico, mas também para aplicação e desenvolvimento de obras.

Promover projetos e ações para garantir a acessibilidade das pessoas com deficiência e com restrição de mobilidade. Nós temos hoje um Programa Nacional de Acessibilidade, para vocês terem uma ideia, com recursos que podem ser disponibilizados, também, a qualquer momento. Desde sempre, isso é importante, que nós tenhamos projetos defensáveis, projetos executivos que possam ser avaliados, e, dessa avaliação, nós termos pareceres técnicos favoráveis para a obtenção desse recurso.

A grande missão da SeMob é promover a Mobilidade Urbana de forma segura, socialmente inclusiva e com equidade no uso do espaço público, contribuindo para a construção de cidades sustentáveis.

Nós temos hoje cinco programas extremamente interessantes: o Pró-Transporte, que existe a partir de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, e é exatamente nesse que eu coloquei para vocês que nós temos a possibilidade de trabalhar com até 30 bilhões de reais; nós temos o Programa de Mobilidade Urbana, com recursos do Orçamento Geral da União, recursos a fundo perdido; e temos o Pró-Mob, com recursos do FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador, que é administrado pelo BNDES.

Temos também dois outros programas: o Bicicleta Brasil e o Brasil Acessível. O Bicicleta Brasil incentiva a construção de ciclovias, e o Brasil Acessível trabalha a melhoria da acessibilidade nos Municípios brasileiros, sempre voltados para a questão das pessoas com deficiência e para as pessoas com restrição de mobilidade, e aí se incluem os idosos, as gestantes, as crianças, as pessoas que têm algum tipo de problema, por exemplo, que utilizam marca-passo. Então, ele é extremamente amplo nesse cuidado e na busca de investimento para essa qualidade no dia a dia da população brasileira.

O Pró-Transporte é administrado pela Caixa Econômica Federal, administrado no sentido da ação financeira com recursos do FGTS. Então, quais são as ações financiáveis? Infraestrutura dos sistemas de transporte coletivo urbano (sobre trilhos, pneus e hidroviário). E, sobre trilhos, nós temos os trens, nós temos VLT’s, nós temos os metrôs, nós temos o exemplo do aeromóvel aqui de Porto Alegre, também com recursos do Governo Federal, nós vamos fazer a ligação da Estação Aeroporto, do Trensurb, com o aeroporto propriamente dito. Agora, nunca esquecendo: recursos disponibilizados pelo Governo Federal.

Terminais de transporte coletivo urbano de passageiros de grande e pequeno porte, para todas as modalidades de transporte coletivo de passageiros, incluindo medidas de integração como estações de transferência, estacionamento de bicicletas e automóveis. Ou seja, nós buscamos aí a integração total dos diversos meios de transporte que nós temos, os modais utilizados nas cidades brasileiras; temos a aquisição de veículos - metrôs, trens, VLTs, barcas, teleféricos, ônibus e micro-ônibus. Inclusive a questão das barcas e do transporte hidroviário, Ver. Adeli, deve ser debatida, amanhã, em Guaíba. Nós temos recursos do pró-transporte previstos para esta ação. Construção de abrigos ou pontos de parada [para melhorar também a questão da infraestrutura viária]; implantação de obras de acessibilidade de pedestres, ciclistas e pessoas com dificuldade de locomoção em todo o sistema; estudos e projetos de concepção, projetos básicos, executivos para implantação do empreendimento desde que incluídos na proposta do programa. Ou seja, não só o Governo Federal hoje financia as obras, mas financia também a elaboração dos projetos. Desde que nós tenhamos uma proposta satisfatória, uma proposta defensável, também será disponibilizado o recurso para que o projeto seja desenvolvido e apresentado para que possa ser avaliado, e o recurso, então, disponibilizado. Daí a amplitude das ações que estão sendo desenvolvidas hoje pelo Governo Federal. Temos o Programa de Mobilidade Urbana - OGU -, com recursos a fundo perdido, onde nós temos ações de apoio a projetos de acessibilidade para pessoas com restrição de mobilidade e deficiência - Programa Nacional de Acessibilidade. Este programa é gerenciado em duas estruturas de Governo - uma, na Secretaria Especial de Direitos Humanos, com o Ministro Vanuque, e outra, no Ministério das Cidades, por intermédio da SeMOB. Se complementam e conseguem assim ter uma abrangência nacional, capilarizada de tal forma que nós possamos chegar a todos os municípios brasileiros. O apoio a projetos de corredores estruturais de transporte coletivo urbano; apoio à elaboração de projetos de sistemas integrados de transporte coletivo urbano, com integração mesmo, com terminais, com pontos de conexão; apoio a projetos de sistemas de circulação não motorizados - aí nós temos a bicicleta, as ciclovias, os caminhódromos; apoio à implantação de medidas de moderação de tráfego; estudos para elaboração de Planos Diretores integrados de mobilidade urbana para áreas metropolitanas. Temos o PROMOB, com recursos do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador -, administrado financeiramente pelo BNDES, onde nós temos a reurbanização, a revitalização de áreas degradadas, pavimentação de sistemas viários prioritários, itinerários de transporte coletivo, recuperação de sistema viário degradado, fresa e recapeamento das vias utilizadas pelo transporte coletivo, implantação de terminais, estações de embarque e desembarque e abrigos para pontos de parada, pavimentação, recuperação de estradas vicinais municipais. Vejam, inclusive estradas vicinais, claro, desde que tenham a ligação municipal, estejam contidas na estrutura, na área urbana do Município.

Temos o Programa Brasil Acessível, que tem como objetivo estimular e apoiar Estados, Municípios e o Distrito Federal no desenvolvimento de ações voltadas para a acessibilidade. Como meta: a promoção do acesso das pessoas com deficiência e com restrição de mobilidade ao sistema de transporte, aos equipamentos urbanos e à circulação em áreas públicas Aí uma acessibilidade urbana igual à cidadania, que é igual ao direito do cidadão. E é dever do Estado. Quando se fala em Estado, é a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal.

E não esqueçam que outra grande ação do Governo do Presidente Lula é justamente a qualidade de vida da população brasileira com resgate da cidadania.

Temos o Programa Bicicleta Brasil, que tem como objetivo estimular e apoiar os Governos Estaduais e Municipais no desenvolvimento e ações de planejamento e implantação de infraestrutura cicloviária. Nas ciclovias, há um sistema cicloviário como um todo; agora, é importante que esse sistema cicloviário tenha uma ligação com os demais modais, de tal forma que nós possamos ter uma integração perfeita. Ou seja, que nós tenhamos, na questão da mobilidade, um Plano Diretor de Mobilidade Urbana. Inclusive, aqui em Porto Alegre, o Secretário Clovis Magalhães tem trabalhado muito essa questão, o que é importante fazer constar. Como meta: integrar a bicicleta no sistema de transporte, com equidade no uso dos espaços e segurança para os ciclistas e demais agentes da circulação urbana.

Essas são as ações que nós trabalhamos hoje, que nós disponibilizamos hoje. Como eu disse para vocês, é importante que nós tenhamos bons projetos. Nós temos hoje o projeto da Linha 2 do trem aqui para Porto Alegre, que é uma ação convergente, que é consenso de todos, Presidente. Nós tivemos aquela reunião na Trensurb, quando, acredito, pela primeira vez, chegou-se a um consenso real da necessidade de desenvolver o transporte urbano em Porto Alegre trabalhando os diversos modais. Nós temos propostas, que foram apresentadas, de construção de viadutos. Um deles é na Av. Bento Gonçalves. Nós temos a melhoria da Av. Tronco, a requalificação, logo depois do Beira-Rio, aquela faixa que faz a ligação com a Av. Tronco.

Então nós temos hoje bons projetos que foram apresentados. Agora, nós precisamos de mais projetos. Porto Alegre merece bem mais que isso, merece ter uma infraestrutura, uma qualidade de transporte, de mobilidade urbana, para o porte da nossa Cidade, para o porte do Município de Porto Alegre.

Eu me criei em Porto Alegre, conheço bem a Cidade, conheço as carências, as deficiências, enfim. E acredito que a partir das demandas, a partir das identificações que estão sendo realizadas, e que serão realizadas, vamos poder trabalhar e apoiá-las para melhoria da qualidade de vida da população de Porto Alegre. Muito Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós que agradecemos, Luiz Carlos Bueno, por sua importante contribuição aqui neste debate.

Solicito que o Ver. Nelcir Tessaro assuma a presidência dos trabalhos para que eu possa me manifestar.

 

(O Ver. Nelcir Tessaro assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Nelcir Tessaro; meu caro Luiz Carlos Bueno; para nós é extremamente importante ter a sua fala, essa sua conclusão, colocando não apenas a questão da Linha 2, mas também de outras vias, é importante. Há dias, eu tive a oportunidade de me reunir com o Vice-Prefeito José Fortunati, e há algumas vias em Porto Alegre que são fundamentais para a acessibilidade em geral, e que são determinantes para a Copa. Uma delas o senhor acabou de citar é a Av. Moab Caldas, Av. Tronco, Postão, continuada ali na Cruzeiro do Sul para desembocar na Av. Icaraí. Ou seja, eu sempre falo que é a saída leste do BarraShoppingSul, para vir pela Cruzeiro do Sul, passar a Av. Moab Calda, adentrar a Carlos Barbosa e pegar a 3ª Perimetral. Claro que, no futuro, teremos que fazer um acesso na Av. Bento Gonçalves, na Av. Ipiranga e na Av. Plínio Brasil Milano, para ser efetivamente uma obra conclusiva, determinante, de Norte a Sul e de Sul a Norte, que é a 3ª Perimetral. São obras importantes.

E há também a questão da grande Mato Sampaio. Projeto habitacional já existe, nós entregamos ali, na Vila Pinto, e temos uma saída da Av. Ipiranga, passando pela Vila Pinto e indo depois desembocar aqui na Estrada do Forte. Essa é uma via ainda a ser aberta e fundamental hoje para a acessibilidade, porque um dos grandes gargalos que temos em Porto Alegre é a mobilidade urbana.

Eu dizia, num debate nesta semana, que os paulistas estavam apavorados com aqueles engarrafamentos quilométricos de 30 quilômetros, e nós, porto-alegrenses, felizes da vida, achávamos que o problema da circulação nunca nos atingiria. Nesse ponto, os Governos não planejaram o que deveriam ter planejado. Não foi feita a devida discussão com uma instituição que temos, e talvez o Congresso Nacional, Ver. Brasinha, nos deva uma discussão e uma lei mais ousada sobre as regiões metropolitanas. E aí o papel da Metroplan, Engenheiro Comassetto, para fazer essa interligação, Ver. Valter Nagelstein.

Hoje, inclusive, tivemos o cônsul da Argentina discutindo algumas questões e algumas experiências de outras cidades latino-americanas importantes na questão da circulação e transporte.

Então, meu caro Luiz Carlos Bueno, eu sei que V. Exª , além da relação e do carinho que tem por esta Cidade e este Estado, tem sido um profissional atento a todas as questões; e a Verª Celeste, o Ver. Paulinho Ruben Berta, o Ver. Mauro Pinheiro, e o Ver. Brasinha, que têm mais militância na Zona Norte, sabem também a importância que tem a questão do Porto Seco, Ver. Nedel. Nós – Nedel, Maria Celeste, e outros – várias vezes estivemos nessa grande batalha.

Quero lhe confessar, meu caro Bueno, que ainda está faltando alguma coisa. Eu não sei se nós não estamos ainda muito contaminados com algumas disputas político-partidárias e com a velha “grenalização”, que é maravilhosa no futebol, mas que é doentia, cancerosa na política, porque temos que convergir forças para termos o Acesso Norte do Porto Seco. Nós temos que ter a abertura do Postão na Vila Tronco com a Cruzeiro. Nós temos que ter essa abertura da Vila Pinto, para que possamos vir da Zona Sul por outro lado e chegarmos à Av. Assis Brasil, próximo ao Aeroporto, pela Estada do Forte. Isso é possível, é uma via que é necessária e imperiosa, e nós levamos esse Projeto ao Vice-Prefeito Fortunati, para discutir dentro do PAC da Copa.

Portanto quero deixar aqui o registro do empenho desta Casa, e, se for necessário, faremos os grupos de trabalho, faremos todos os contingenciamentos que são necessários no Plano Diretor, para que isso dê certo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Nelcir Tessaro, na presidência dos trabalhos; quero fazer praticamente uma comunicação. A pedido do nosso Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, foi agendada uma reunião com o Secretário da Saúde, Eliseu Santos, no dia 03, às 14h30min, lá na Secretaria, e V. Exª vai participar.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Repasso os trabalhos para o Ver. Adeli Sell.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Ver. Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; ilustre Luiz Carlos Bueno Lima, Secretário Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades; e meu amigo Fábio Machado, Chefe de Gabinete do Secretário; ambos gaúchos que estão honrando o nosso Estado lá no Ministério, em Brasília.

Nós já tivemos muitos diálogos produtivos que já estão se traduzindo em projetos que possibilitem a vinda de recursos federais para a nossa Cidade. Nós falamos, especialmente, sobre o Acesso Norte do Porto Seco, que ainda está em tramitação interna na Prefeitura, visando aos detalhes, Ver. Comassetto, da desapropriação daquelas moradias limítrofes ao local do Acesso Norte do Porto Seco, reclamado há 30 anos pelo nosso Porto Seco; ele é fundamental para o escoamento das cargas do transporte para a nossa logística do setor.

Estamos tão atrasados, Dr. Luiz Carlos, que estamos perdendo espaço. As empresas estão se deslocando para Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, com os seus armazéns, com as suas logísticas. E isso se deve, primeiro, porque não tem acesso; segundo, porque demorou muito a legalização dos terrenos; e, terceiro, porque o nosso ISSQN de logística é o maior da região. Temos, em Canoas, 2%; em Gravataí, menos do que isso. E nós estamos atirando fora emprego em troca de imposto. E sai muito mais caro o desemprego que está ocorrendo em Porto Alegre do que alguns recursos financeiros que são carreados para a nossa Prefeitura.

Então, Dr. Luiz Carlos, eu peço uma atenção especial a este projeto que cairá em suas mãos, em breve, que é sobre o Acesso Norte do Porto Seco.

A Verª Maria Celeste há muito tempo luta conosco na mesma trincheira, e, agora, os Vereadores Paulinho Ruben Berta e Comassetto vêm se somar a nós.

Fico muito satisfeito, porque vejo que já há projetos na sua Secretaria como, por exemplo, o do Plano Cicloviário, da sua implantação - só não recordo de quantos quilômetros. E esse pedido está lá. Parece-me, também, que o projeto Portais da Cidade está lá, e, como o Ver. Adeli aqui falou, nós temos vários outros projetos de alargamento, de abertura de vias que precisam de maior aceleramento no seu trânsito.

Então, eu quero lhe dar as boas-vindas e dizer muito obrigado por estar aqui na Câmara de Porto Alegre, que representa a totalidade do povo porto-alegrense. E quero cumprimentar V. Exª, que é gaúcho e é muito bem acolhido aqui na nossa Cidade, por ter ganhado o Prêmio Anhanguera, do Governo de Goiás, em reconhecimento ao seu excelente trabalho à testa da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana. Seja muito bem-vindo e cuide bem da nossa Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; meu caro Dr. Luiz Carlos Bueno, que nos dá a alegria de tê-lo conosco no dia de hoje, permitindo duas situações absolutamente positivas para esta Casa e para a cidade de Porto Alegre. De um lado, o que já o fez o nosso colega Nedel, quando acentuou os excelentes trabalhos que V. Exª tem feito em prol da cidade de Porto Alegre como, de resto, em prol do Brasil.

Vereador Nedel, temos de providenciar que a Medalha Farroupilha também seja entregue pelos méritos do nosso conterrâneo em favor do Rio Grande, em favor de Porto Alegre. Essa é uma das razões fortes que nos deixam alegres por tê-lo aqui conosco, neste dia e nesta ocasião, para que a gente possa fazer justiça ao seu trabalho e à sensibilidade com que tem recebido as reivindicações do Rio Grande do Sul.

E nós sabemos que o Rio Grande do Sul é um Estado complicado; até para reivindicar, ele é complicado. A sua condição de gaúcho, de gaudério, aguça a sua sensibilidade. Então, isso nos dá motivo para uma segunda razão de estarmos alegres com a sua presença na Casa: é que, no seu pronunciamento introdutório, V. Exª demonstra o pleno conhecimento da nossa realidade, de onde estão os nossos gargalos e de onde estão as nossas dificuldades.

Eu lembro, Ver. Brasinha, de que, há alguns anos, fui chamado na Secretaria de Obras do Governo do Estado - tinha o nome de Secretaria de Obras e qualquer outra coisa; faz mais de vinte anos, e eu não recordo com precisão -, e lembro de que o titular era o Deputado Victor Faccioni, que chegou para mim e disse o seguinte: “Olha o que nós temos aqui, este Projeto que estava na prateleira há mais de dez anos. O Ministro Delfim acaba de nos informar que existe uma possibilidade de se obter um financiamento para um trem metropolitano que os organismos federais estão dispostos a financiar. É para quem chegar primeiro, para quem levar o projeto e tiver as condições. Arruma para que a coisa caminhe rápido aí em Porto Alegre, porque nós temos este projeto que é bom. Vamos levar, vão ver se ‘pega’”. Pegou. Hoje nós temos a Trensurb aumentando cada vez mais; inicialmente, só ia até Sapucaia e, depois, foi até São Leopoldo; agora está chegando a Novo Hamburgo, e nós discutimos a linha auxiliar, as rotas alternativas que Porto Alegre está pleiteando, que faz parte, inclusive, desse contexto que entusiasma a cidade, de prepará-la para receber os jogos integrantes da competição mundial de futebol a ser desenvolvida aqui.

Por isso, Bueno, eu fico muito satisfeito em vê-lo aqui conosco, e sei o quanto V. Exª tem sido útil para Porto Alegre, não me falta informação nesse sentido. V. Exª sabe que há alguns amigos incondicionais na Administração Municipal que não se perdem em dizer que devem grande parte do seu sucesso à sua sensibilidade, e por isso eu lhe sou reconhecido - V. Exª sabe que eu sou.

De certa maneira, pessoalmente eu me encontro em débito a respeito de um assunto com V. Exª , mas vamos ainda resgatá-lo, até porque dever para V. Exª é um sinal de que a gente tem crédito com um homem da sua sensibilidade e da sua qualidade, o que não deixa de ser um privilégio.

Por tudo isso, Presidente, eu quero deixar muito claro, quero inclusive cumprimentar o meu colega Engenheiro Comassetto, que foi quem propugnou pela sua vinda no dia de hoje, aqui, o que é muito bom - o Comassetto do glorioso Partido dos Trabalhadores, querendo trazer aqui para os seus colegas um dos exemplos de competência da Administração Federal, que, obviamente, naqueles setores que são tocados pelos gaúchos, vão muito bem, obrigado. V. Exª é o exemplo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Adeli Sell; meu amigo, Secretário Nacional do Transporte e da Mobilidade Urbana, Luiz Carlos Bueno, é um prazer tê-lo aqui nesta Casa, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna primeiro para elogiar o seu trabalho que vem fazendo no Ministério, pela agilidade, porque hoje em dia nós precisamos é de agilidade na tramitação dos processos e projetos, e isso eu sei que está acontecendo, porque, tanto na sua pasta como na do nosso Ministro Márcio, as coisas funcionam, e muitas vezes não há aquele assunto de tramitação via protocolo, mas, sim, embaixo do braço o projeto para encaminhamento e pronto atendimento. Isso é muito importante.

Ouvi a sua fala e achei muito importantes os projetos que vêm para Porto Alegre. Eu acho que a Av. Tronco é uma das principais avenidas de Porto Alegre, e para a Cidade ela será benéfica para a Zona Sul, porque hoje nós só temos aqui a Av. Borges de Medeiros, na sequência dela a Beira-Rio, que vai até certo trecho, e nós não temos alternativa de via para a Zona Sul. E a Av. Tronco, além de proporcionar as exigências dos encargos da FIFA, vai fazer com que as comunidades da Vila Cruzeiro, Teresópolis, tenham melhor acesso à Zona Sul, e aquelas famílias que vivem ao redor, com suas transferências, terão dignidade. Hoje elas não têm propriedade, não podem expandir as suas casas, e também ali a Cidade não pode crescer. Então, é muito importante esta via para Porto Alegre.

Nós temos a Linha 2 do metrô, como foi dito por V. Exª A Linha 2 do metrô vem pela Av. Borges de Medeiros - essa Linha 2 será num trem que não é praticamente subterrâneo, mas é meio, e vai seguir até a Av. José de Alencar, e até o início da Lomba do Pinheiro, na Agronomia.

Eu defendo e aqui pedi a criação de uma Comissão Especial, para tratar do metrô de Porto Alegre, pois penso que Porto Alegre não precisaria ter um metrô subterrâneo; em Porto Alegre é muito arriscado, principalmente nesta região da Av. Borges de Medeiros, a qual conhecemos; trata-se de um aterro do Guaíba. Essa é a dificuldade que poderemos ter logo, no futuro. Defendo muito, defendi em outras oportunidades, em Porto Alegre, a instalação, a implantação do trem móvel sobre trilho, do estilo do transporte que hoje há na Europa. Em São Paulo, já há licitação de todo seu novo traçado; é fácil, ocupa pouco espaço e agrega comércios ao redor, faz o desenvolvimento de toda a região por onde ele passa. Eu cito um exemplo: em Kuala Lumpur, na Malásia, ele funciona perfeitamente, é silencioso, transita ao lado dos prédios residenciais, sem nenhum problema de ruído. Cada vagão comporta 125 passageiros. A proposta que colhi, sobre a qual tenho material em meu gabinete, seria de quatro vagões com 125 lugares, levando 500 passageiros em cada viagem. O custo da implantação seria 20% do metrô subterrâneo, do trem subterrâneo. E nós poderíamos ter - seria uma alternativa, aqui do Centro da Cidade - sobre o Arroio Dilúvio até a UFRGS. Nós poderíamos ter, pelo meio da Av. Farrapos, por ali transitar, e assim na Av. Assis Brasil, na qual sabemos que nunca teremos um trem, um metrô subterrâneo naquele local. Então, seria importante esse estudo na sua Pasta.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nelcir Tessaro, até já conversei com o senhor, sei que o senhor tem este Projeto, como ele anda, como ele faz. Pode ter certeza absoluta de que me somarei, estarei junto no apoio a este Projeto, porque imagine passar um trem ao lado da sua casa, sem barulho e com a oportunidade de se locomover na Cidade! Isso é muito importante, e ainda tem um custo bem mais barato que o outro! Tenho certeza absoluta de que todos os Vereadores e a população de Porto Alegre vão aprová-lo.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, nobre Ver. Tessaro, queria, além de concordar com algumas ideias importantes que V. Exª traz aqui, saudar o Secretário Luiz Carlos Bueno de Lima, que traz boas notícias para nós com relação aos recursos que estão disponíveis por parte do Governo Federal. V. Exª fala muito bem, Ver. Tessaro, quando fala no transporte de superfície. Eu também tenho muita simpatia por essa ideia, porque nós temos em Porto Alegre, Luiz Carlos, no meio da Av. Ipiranga, o famoso Arroio Dilúvio, como é chamado em Porto Alegre; e temos a PUC, com mais de 25 mil alunos. Além da Carris, que fica próxima, enfim, nós temos dois grandes problemas na Região Leste, além dos existentes na Região Norte e tudo o mais, desse grande acúmulo e problemático transporte coletivo. Então por que não criarmos uma alternativa além do metrô, que pode ser uma delas, mas também um outro tipo de transporte de superfície mais rápido, e se utilize esse vão, esse espaço que existe em cima do Arroio Dilúvio. Eu acho que esse é um projeto futuro.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Ver. Aldacir Oliboni. Apenas para finalizar, Sr. Presidente, eu quero cumprimentar o Secretário Luiz Carlos Bueno e dizer que o senhor está de parabéns pelo trabalho que vem desenvolvendo no Ministério, sem burocracia. Nós não precisamos de “burrocracia”, precisamos de gente que faz, e nisso o senhor é competente. Muito obrigado por estar nesta Casa explicando para todos nós, Vereadores, esta possibilidade, esta alternativa, e gostaria que o senhor levasse em conta e estudasse essa nossa proposta alternativa do transporte de superfície. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.

Gostaria de lembrar que, às 18h, o Engenheiro Comassetto vai coordenar a instalação da Frente Parlamentar para a Reforma Urbana.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; colegas Vereadores, Vereadoras, prezado Secretário Nacional de Transporte e de Mobilização Urbana, Luiz Carlos Bueno Lima, amigo de vários diálogos com quem convivemos numa rotina de trabalho muito frequente. Como Conselheiro Nacional da Cidade, que sou, representando os Legislativos Municipais, por delegação dos senhores e senhoras, e muitos outros Vereadores do Brasil, gostaria de dizer que mensalmente debatemos essas questões lá no Conselho, em que o Secretário Nacional dos Transportes é um dos quatro Secretários que dialogam com todos os movimentos sociais de todo o País, com os empresários, traduzindo a política do Governo Lula e do Ministro Márcio Fortes, no que diz respeito à mobilidade urbana.

Ver. Adeli Sell, com toda a exposição que nós tivemos aqui do Sr. Secretário Nacional dos Transportes, eu creio que a nossa Casa falhou, hoje, em não ter convidado o Secretário Municipal de Transporte para estar aqui, para poder dialogar com todo este potencial traduzido pelo Secretário Nacional com relação aos recursos. Ele afirma que tem só na sua Secretaria em torno de 30 bilhões, mas também afirma que para os Municípios captarem esse recurso, prezado Ver. Tessaro, as cidades têm que ter projetos, e esses projetos, obviamente, são disputados por todo o Brasil.

E, mesmo assim, Ver. Adeli, eu creio que nós devemos convidar o Secretário Senna, à luz do que nos foi trazido hoje aqui, para que apresente a este conjunto quais os projetos que há, e, se não houver projetos, que esses possam ser elaborados para que nós possamos captar esses recursos, porque esse tema da mobilidade urbana - no caso de Porto Alegre já é quase falta de mobilidade urbana - é um tema que preocupa a todos, e, com o advento da Copa, isso se potencializa. Mas nós queremos utilizar este momento para criar soluções duradouras.

Sobre este tema do metrô ou trem de superfície, creio que nós temos que conjugar, mas nós precisamos, neste momento, ter uma sinergia, na nossa Cidade, de todas as forças políticas, de todas as lideranças, para podermos disputar e garantir esse tema do metrô para Porto Alegre, e buscar, efetivamente, os recursos.

Além das vias que precisamos desafogar, como já foi dito aqui pelo Ver. Nedel e outros, temos a entrada do Porto Seco. Bom, aquilo há décadas já vem sendo batalhado, e nós precisamos, num sistema também de distribuição, além da Via Tronco, ali, que já foi a Moab Caldas, a duplicação, para levar até o BarraShoppingSul, até o Sport Club Internacional, para aquela região, na Via do Trabalhador falta um pequeno trecho para fazer a duplicação, que é da Av. Juca Batista até a Lomba do Pinheiro, que faz todo um eixo aí da 3ª Perimetral, Via do Trabalhador como duplicação. Vias como essa, a Vicente Monteggia e outras desafogam o trânsito em nossa Cidade.

Portanto, eu creio que esta sua exposição nos auxilia muito, e eu gostaria aqui de fazer uma proposta à Mesa, prezado Ver. Adeli. Eu creio que a Câmara poderia, a partir da exposição aqui apresentada pelo Secretário, propor uma análise de todas as Lideranças, e pedir ao Secretário Senna que mande para esta Casa os projetos para que nós possamos tirar uma força aqui para potencializar os projetos existentes.

Vereador Nedel - que veio aqui e coordena a Frente de Turismo de Porto Alegre -, uma das exposições feita pelo Secretário Bueno, aqui, foi de que há recurso para as estradas vicinais, as estradas de chão, e na Zona Sul, onde estão os Caminhos Rurais, um dos problemas é a falta de manutenção dessas estradas e de trafegabilidade justamente para dar sustentação à produção primária e o tema do Turismo Rural. Eu desconheço algum programa do Município que encare isso, mas eu creio que com a Frente Parlamentar de Turismo nós poderíamos, conjuntamente, construir uma proposta como essa para também enviar ao senhor e principalmente sabermos do Município se tem efetivamente projetos.

Para concluir, quero cumprimentá-lo, Secretário Luis Carlos Bueno, agradecer ao pronto atendimento do convite que formulei em nome da Mesa Diretora e de todos os colegas Vereadores, para trazer aqui e demonstrar as políticas públicas nacionais e quais são as oportunidades que existem. Porto Alegre não pode ficar fora dessas oportunidades. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Comunico às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores que a intervenção do Secretário Luis Carlos Bueno estará disponível em suas caixas eletrônicas, pela nossa diligente Diretoria Legislativa.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Secretário Luiz Carlos Bueno, do Ministério das Cidades, e aqueles que nos assistem, antes de entrar no tema, vou fazer um registro que este Vereador nunca faltou com a verdade. Se alguém tem alguma dúvida sobre o estado das Unidades de Saúde, que vá verificar, in loco, para ver o que vai encontrar. A todos que nos assistem, quero fazer esse registro, porque foram feitas aqui acusações que eu não aceito e refuto: quem quiser ver, quem tiver dúvidas que vá e veja como elas estão, o que passam as Unidades de Saúde e o que passa a Saúde pública de Porto Alegre.

Sobre o tema da mobilidade urbana, sem dúvida o Brasil vive um feliz momento, porque há muito tempo não tinha recurso para absolutamente nada. E a União consegue, por intermédio de um processo de recuperação do País, realizar investimentos estratégicos para as cidades. Não é só em Porto Alegre, não é só na nossa Região Metropolitana, mas em todo País, e, em especial, vamos fazer referência aqui às importantes questões que vão beneficiar Porto Alegre. Muito aqui foi rebatida a questão da nossa 4ª Perimetral, a Moab Caldas, sem dúvida uma avenida que urge em ser concluída, mas tem outras obras: a duplicação do acesso para Porto Alegre, a BR que vem de Esteio em direção à Avenida Voluntários da Pátria. Hoje, às 6h30min, a BR 116, que corta Canoas, já estava congestionada, houve um acidente, e ninguém mais andava. Essa obra está atrasada há alguns anos. Felizmente, o Governo Lula já alocou, já está licitada e a obra vai começar, devendo demorar de dois a três anos. Assim como a duplicação da RS 118, que vai aliviar. Tem uma outra via que vai ligar a Av. Assis Brasil direto à região de Taquara, uma outra grande avenida para desafogar o trânsito. E também, de imediato e fundamental, a duplicação da Ponte do Guaíba, que vai acontecer imediatamente, já com recursos gravados no Orçamento anual de 2010. São obras do PAC, obras independentes da Copa, que vão ajudar a melhorar a mobilidade urbana em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Aqui não tem como separar muito, porque grande parte dos veículos - ônibus, carros e caminhões - faz parte de um movimento e de uma mobilidade metropolitana.

Agora, Secretário, o que me preocupa é o seguinte: nós temos uma contradição, porque a economia do Brasil foi montada sobre rodas. E a gente sabe - nós fizemos parte e é política também do nosso Governo - que ela precisa ser repensada, porque 23% da cadeia produtiva do Brasil andam sobre rodas, portanto, a quarta parte do País se movimenta a partir da economia do automóvel, do ônibus e do caminhão. Se nós quisermos ter um futuro sustentável e pensar diferente, nós temos que reverter essa tendência, através, principalmente, da grande medida que é a qualificação e o investimento no transporte coletivo de massa. Evidentemente são os modais integrados, o trem, o ônibus, o táxi, os transportes coletivos, a bicicletas, enfim, todos os elementos para mudar essa tendência que nos levará ao colapso. O que nós vamos fazer é retardar o acontecimento, mas precisamos reverter essa tendência, porque, senão, nós caminhamos para a insustentabilidade, como acontece em São Paulo, como acontece na Cidade do México e em outras grandes cidades do mundo. Mas esse não é o caminho, nós precisamos pensar no mundo sustentável que melhore a qualidade do ar e diminua o custo energético, para que as pessoas tenham melhor qualidade de vida e menos custos desse tipo. Portanto, há os investimentos que são necessários, imediatos e urgentes para que as cidades não parem, mas também temos que olhar para o futuro através de um pensamento arquitetado na sustentabilidade. Obrigado pela sua participação conosco nesta Sessão.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoo a Licença para Tratamento de Saúde do nobre Ver. Pedro Ruas, nos dias 27 e 28 de agosto, sem direito à substituição.

O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Secretário Luiz Carlos Bueno e todos os que nos assistem através do Canal 16, é com muita satisfação e com um misto de alegria, Secretário, que vejo em seu semblante – o estava observando - a sua disposição para que tenhamos ferramentas para trabalhar na nossa Cidade. Trago algumas coisas muito concretas, como, por exemplo, a Estrada Martim Félix Berta, situada na Zona Norte, no Eixo Baltazar, em Porto Alegre, é uma avenida que era para ser duas mãos, e hoje ela faz duas mãos apenas com uma pista. Na descida, no início do Conjunto Residencial Rubem Berta há uma lombada muito forte, e com a ocupação que aconteceu em 1987, as pessoas não somente ocuparam os 3.712 apartamentos como também ocuparam as áreas condominiais e os leitos que estavam projetados naquela avenida. Eu vejo e chego a ficar tremendo cada vez que desço aquilo ali, o dia em que faltar freio - e tomara que nunca falte, ou se desgovernar qualquer ônibus, e ali passam vários ônibus -, vai matar um monte de gente, vão morrer pessoas inocentes porque não há nem sequer uma proteção ali. Ela precisa ser duplicada; a maioria já recuou seus terrenos, já está aberto o espaço para ser duplicada essa avenida, que faz uma ligação muito importante entre a Av. Baltazar de Oliveira Garcia com a Av. Protásio Alves. A Av. Baltazar de Oliveira Garcia acabou de ser duplicada, ficou excelente, ficou boa. Alguns podem não gostar, mas ela ficou excelente, era um trânsito caótico e agora melhorou um pouco, mas precisa ter os seus escapes, as suas saídas. A Av. Baltazar liga com a cidade de Alvorada; a Av. Protásio Alves liga com Viamão, que é uma saída que as pessoas estão buscando para escapar do engarrafamento na hora do rush. Então é de fundamental importância a urgência da duplicação da Estrada Martins Felix Berta, para que as pessoas tenham essa opção.

Quero dizer que gostaria muito de iniciar esse trabalho, fazer parte desse trabalho na busca do recurso e do empenho de quem realmente quer fazer, de quem realmente quer construir uma solução para não ver uma tragédia imensa acontecer ali. Nós, naquele conjunto, somos frutos de uma ocupação. Existe, em cima do leito da rua, mais de 170 famílias que ali estão morando em casebres, morando muito mal, sem nenhuma qualidade de vida, não tendo direito a acesso à energia elétrica, não tendo acesso a esgoto, não tendo acesso a pelo menos um portão para sair da sua casa; não tendo direito de ser cidadão, pois uma pessoa sem endereço, uma pessoa sem local para receber uma correspondência, não é cidadão, não exerce os seus direitos.

Eu queria fazer um apelo ao senhor para iniciarmos esse trabalho, para nós tentarmos buscar, pois o Projeto já existe há quase 30 anos e é fundamental para aquela região. Eu quero dizer que essa Estrada sendo duplicada vai gerar, entre outros segmentos da vida do cidadão, emprego e renda. A nossa região perdeu muito nos últimos anos, por exemplo, a fábrica de Fogões Wallig, localizada na Av. Assis Brasil, que fechou e nada aconteceu, não houve reposição de forma nenhuma; a Tintas Renner mudou-se para Gravataí; a Zivi Hercules foi embora; Porcelana Renner foi embora; Matarazzo foi embora! Nós precisamos ver essa questão para aliar, juntar com as demandas da comunidade.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Ruben Berta, eu estou atento a sua fala. Graças a Deus nós temos um grupo Zaffari, que já começou a construir onde era a Wallig, oferecendo mais de três mil empregos. Nós temos que bater palmas aos grandes empreendedores como o Zaffari. Eu só queria lhe dar a notícia de que a obra já começou.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Eu agradeço, Ver. Brasinha, e quero dizer que, além de feliz com a notícia que V. Exª nos traz, de mais de três mil empregos, nós precisamos continuar construindo na Zona Norte. Eu acho que o pessoal da Zona Sul tem todo o direito de reivindicar e está com a razão, somos parceiros, mas nós temos de começar a pensar, também, no Eixo Baltazar/Zona Norte, como também temos de começar a pensar no Porto Seco.

Então, eu faço um apelo, e gostaria de me colocar à disposição, colocar meus Pares, todos os que nós pudermos, para trabalharmos essa questão da duplicação, principalmente da Martin Félix Berta. Eu posso levar foto, projeto, tudo, para os senhores estudarem e verem. Por exemplo, na esquina da Martin Félix Berta com a Adelino Ferreira Jardim tem vários supermercados naquele trecho, Ver. Brasinha, onde os caminhões de entrega tomam conta da metade da pista, o que dificulta para o povo passar e para outros carros passarem. Vai morrer gente. E eu quero deixar bem claro: vai ser responsabilidade de todos nós o dia em que nós perdermos pessoas ali, que são o bem mais precioso.

Quero parabenizá-lo pela sua disposição e por sentir em V. Exª a vontade de fazer, que é do que mais nós precisamos, pois, dinheiro nós temos como conseguir e buscar, é só fazer parceria, mas a vontade não se constrói, se tem. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores; Secretário Luiz Carlos Bueno, eu fico muito gratificada em escutar as inúmeras possibilidades, a disposição política e a concretude dessa disposição política nos diferentes programas que o Ministério das Cidades do Governo Lula oferece ao conjunto dos Municípios.

O Ver. Todeschini já dizia aqui que em todas as áreas há recursos federais disponibilizados, dependendo da vontade política e da capacidade técnica dos Municípios de apresentarem projetos para buscarem esses recursos.

Nunca se viu tanta parceria, possibilidade e prioridade do Governo Federal na área de Saneamento Básico, na área de Transporte Urbano, na área da Habitação Popular, na área da Saúde; eu diria que em todas as áreas temos recursos para fortalecer as ações dos Municípios.

Nós, portanto, saudamos a sua vinda, saudamos a possibilidade para o diálogo. E queremos registrar que Porto Alegre, de fato, tem de aproveitar essas oportunidades, o nosso sistema de transportes está saturado. E estava tentando listar ou lembrar das últimas obras realizadas no sentido de desafogar o trânsito, de tornar mais ágil, mais curta a viagem de quem trabalha, de quem se desloca em Porto Alegre. E aí estava lembrando que as grandes obras, de fato, foram, Ver. Brasinha, as obras que a Administração Popular encaminhou: a 3ª Perimetral, a duplicação da Av. Protásio Alves, a Av. Manoel Elias, a Av. Assis Brasil, a Av. Juca Batista, a Av. Campos Velho, vias estruturadoras. E o encaminhamento da Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Depois, a incompetência da Governadora Yeda e a omissão do Prefeito fizeram com que atrasasse em quatro anos essa obra, transtornando a vida da Zona Norte.

E eu fico me perguntando, porque nós assistimos, participamos da última campanha eleitoral: o Prefeito Fogaça, de fato, apresentou no último programa eleitoral, encheu os olhos dos porto-alegrenses, encheu os meus também, mostrando, através de programas de computação - todos vão lembrar -, a transformação de vias da cidade, o rebaixamento de avenidas - era assim algo dos sonhos. E a gente está aqui na Câmara de Vereadores sem saber quais são os projetos, até para a Copa, Ver. Brasinha. A gente ouve as notícias de que o Secretário Fortunati foi à África do Sul, e a informação que eu tenho é de que ele foi o único político que foi à África do Sul, porque era uma reunião técnica. Ele foi à África do Sul em função dos projetos da Copa; aí descobrimos, Ver. Todeschini, o senhor sabe quem é o coordenador técnico dos projetos da Copa? Não? É o Engenheiro Debiagi, o mesmo que fez o projeto para o Pontal do Estaleiro, aquele projeto com seis grandes edifícios, de 19 andares, que a Cidade derrubou, com um “não” retumbante, com um “não” claro.

Ver. Brasinha, o senhor sabia que o coordenador técnico dos projetos da Copa é o Engenheiro Debiagi? E, nós da Câmara de Vereadores, que temos que fiscalizar... Eu não tenho noção de quais são os projetos. Nesta semana que passou, o Sr. Debiagi foi a São Paulo - ouvi no rádio, escutei no rádio, peguei no rádio, como a gente diz no Interior - apresentar os projetos da Copa, numa reunião técnica das cidades que receberão a Copa. Só que discussão com a Cidade sobre quais serão os projetos, qual a interferência que vai haver, é um risco para o Prefeito Fogaça, porque à última ação do Debiagi, a Cidade disse ”não”. Imagina se o Prefeito Fogaça deixa na mão do Debiagi inventar os projetos para a Copa? Projetos que ele já está anunciando lá no Centro do País, não encaminhou ao Ministério das Cidades e, para os cidadãos mesmo, que vão sofrer a interferência, não houve notícia.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu acho que a senhora se equivocou. Quem deixou o problema da Baltazar de Oliveira na Cidade foi o Governo Rigotto. A Governadora Yeda fez o trabalho todo que ela prometeu e não parou a obra.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Lembro. A Prefeita Stela, de Alvorada, se envolveu, várias cidades também, porque a Baltazar dizia respeito a elas e foi pensada muito tempo antes.

Encerro dizendo isto: a Cidade não sabe quais são os projetos para a Copa - e nós não aceitamos isso em democracia. De novo, a Cidade vai ter que reagir se não gostar.

Nós comemoramos o Trensurb, são 640 milhões de reais para ligar São Leopoldo a Novo Hamburgo, as obras já estão em andamento; comemoramos a Rodovia do Parque, o Aeroporto - há a crise dos moradores da Vila Dique, que é um escândalo, prometeram um tamanho de casa e agora são casas bem menores -, mas não vemos movimentações que nos indiquem que a Prefeitura de Porto Alegre esteja priorizando o Trensurb, Ver. Tessaro. Eu não sei de notícias, e esse é um projeto de fôlego, que deve ter prioridade política e investimento da Cidade.

Então, Secretário Luiz Carlos, agradeço por sua vinda, é um alerta para o conjunto dos Vereadores da base do Governo: o Prefeito Fogaça pode aproveitar muito recurso federal, o que precisa é ter prioridade política e, primeiramente, dialogar com a sua Cidade; não adianta apresentar um projeto com o qual a Cidade não concorda.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero saudar a presença do Secretário Luiz Carlos Bueno, nosso amigo, que está aqui juntamente com o Fábio Machado.

O Ministério das Cidades tem se projetado, tem um dos Ministros mais técnicos e preparados, com certeza, do Governo Federal, e é importante esse diálogo que V. Exª se dispôs a fazer aqui com a Câmara de Vereadores.

Eu gostaria de colocar, Verª Sofia Cavedon, uma questão importante: o Debiagi foi quem projetou a 3ª Perimetral, a maior obra do seu Governo. Então, ao invés de aproveitarmos, aqui, a presença do Luiz Carlos Bueno, para, em conjunto, buscamos projetos, mais uma vez se vê aqui a Verª Sofia Cavedon fazer um debate eminentemente partidário, que não leva absolutamente a nada, do qual os telespectadores do Canal 16 e a sociedade já estão cansados. É por isso que nós não avançamos: porque não se aproveita uma visita dessas para avançarmos - só há discurso político-partidário.

O Debiagi é o mesmo arquiteto que coordenou a 3ª Perimetral, uma perimetral desumana, que não teve ciclovias - que nós tivemos que conseguir agora; que não teve arborização no canteiro central, apenas nas calçadas; que não previu a fiação subterrânea de energia. E foram lá 150 milhões de dólares. Foi no seu Governo, Verª Sofia Cavedon! Então, se é para fazermos comparações entre um Governo e outro, todos erraram e todos acertaram.

A sociedade está cansada disso, desse discurso demagógico, partidaresco, que faz com que esta Câmara não aproveite um momento importantíssimo como este! Vamos analisar como executar o Plano Cicloviário, que foi um trabalho conjunto, feito por exigência do Banco Interamericano de Desenvolvimento, porque não foi previsto no seu projeto original - feito pelo Debiagi. Por isso, temos um Plano Cicloviário, hoje, que foi uma conquista da sociedade porto-alegrense: não foi nem de um Partido nem de outro, nem de um Governo nem de outro. A sociedade exigiu o Plano Cicloviário, que teve que ser feito por exigência do Banco. Então, vamos aproveitar aqui a presença do Ministério das Cidades, do Secretário Luiz Carlos Bueno, para ver como agora implantar, junto com recursos federais, esse Plano Cicloviário.

Outro quesito importante, já que falamos tanto em revitalização da orla como nunca, talvez: eu entendo que a melhor maneira de revitalizar a orla é com transporte fluvial, que é outro tema do Ministério das Cidades. Nós já tínhamos isso até os anos 50, início dos anos 60, e, depois, por uma política de priorização das rodovias, não só aqui, mas o Brasil acabou deixando muito de lado o sistema ferroviário e hidroviário. Todos sabem disso, mas nós temos que agora fomentar o fluvial, o ferroviário. Por quê? Porque o País não vai conseguir se desenvolver, nós não vamos garantir a inclusão social e qualidade de vida para as pessoas sem esses modais. Bom, se é uma prioridade do Ministério das Cidades, se não é só para ligar o Município de Guaíba ao de Porto Alegre, mas para ligar o Centro de Porto Alegre à Zona Norte e à Zona Sul com o transporte fluvial, vamos aproveitar a presença do Secretário. E aí, sim, Ver. Pancinha, nós, Câmara, forçarmos o Executivo a apresentar os projetos, que também são difíceis. Pois nunca houve equipe suficiente para fazer projetos técnicos, porque, para liberar os recursos, tem que haver projeto. Os servidores estão aí para licenciar, autorizar; nunca houve uma equipe para projetos. Muitas vezes, quase sempre, esses projetos precisam ser terceirizados; ou seja, tem que haver uma contratação de profissionais para isso. E aqui uma crítica tem que ser feita: isso é histórico, e também não é culpa de um Governo ou de outro, essa é a herança do Império português, a concentração de verbas na União. Nós temos que fazer projetos e pedir para a União. Por que as verbas já não ficam aqui no Município? Enfim, se o sistema é esse, vamos nos somar para conseguirmos colocar em prática esses modais. Seja muito bem-vindo! Parabéns pelo trabalho. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, uma saudação muito especial ao Sr. Luiz Carlos Bueno, Secretário Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana, seja muito bem-vindo à nossa Câmara Municipal. Ver. Beto Moesch, esta Casa é uma Casa política e, atrelado ao debate técnico - e nós o temos enfrentado aqui, Dr. Luiz Carlos, por inúmeras vezes -, há o debate político na produção de projetos. Com certeza, ele existe e é feito das mais diversas formas. Inclusive eu agora acessava o site da Secretaria Nacional e procurei também dar uma olhada, Dr. Luiz, nas diretrizes implantadas, implementadas, pela Secretaria, no que diz respeito exatamente às ações que são importantes na política da Secretaria Nacional. E pudemos verificar a necessidade da formulação e implementação de uma política de mobilidade urbana em todos os Municípios do nosso País. A ação técnica é necessária, é imprescindível, e nós vamos enfrentar isso na questão do Plano Diretor - nós estamos fazendo aqui um grande debate e vamos votar o Plano Diretor da Cidade ainda neste semestre -, então, nós teremos que ter, sim, a questão técnica implantada, implementada, avaliada, analisada, através dos nossos assessores, dos professores das universidades que têm nos acompanhado na questão do Plano Diretor, mas a avaliação política será dada neste plenário, a intervenção política necessária será efetuada neste plenário. Portanto, as duas questões têm que andar pari passu, especialmente no que diz respeito ao tema que o senhor nos traz aqui, que é a mobilidade urbana.

Para nossa surpresa e estranheza, o Plano Diretor da cidade de Porto Alegre não veio com nenhum índice, nenhum artigo, nenhuma proposta de alteração, modificação ou implantação de uma política na área da mobilidade urbana. Existe, de fato, uma deficiência muito grande. Nós tivemos, por exemplo, a análise do Plano Cicloviário da Cidade feita como um projeto especial, como um projeto à parte, não dentro do Plano Diretor; nós teremos aqui, logo, o debate sobre o Projeto do Cais do Porto, que também deveria estar inserido no Plano Diretor e não está. Então, o Plano Diretor que veio para esta Casa parece extremamente fragilizado e fragmentado do ponto de vista da análise política sobre um todo, especialmente no que tange à mobilidade urbana. Portanto, nos preocupa e muito - e quero aqui saudar a iniciativa do Vereador que traz V. Exª à nossa Casa -, porque, de fato, nós precisamos ter um olhar sobre a Cidade. Nós temos um problema com as vias estruturantes da nossa Cidade que se transformaram num caos: andar na cidade de Porto Alegre de automóvel é um problema seriíssimo. Hoje, pela manhã, o Centro da Cidade estava todo engarrafado. Os acessos da Cidade estão estrangulados - esse é um problema sério - e no Plano Diretor da Cidade não veio nenhuma alternativa, nenhuma proposta do Governo em relação a isso. Esta Casa tem responsabilidade, e os Vereadores que estão trabalhando na Comissão Especial têm que estar atentos para isso. Nós precisamos construir o acesso Norte - estamos tendo todo o apoio do Ministério das Cidades, e, certamente, da sua Secretaria, estaremos também recebendo apoio -, que é fundamental para uma região da nossa Cidade que envolve mais de 300 mil habitantes, e poderia solucionar em muito um problema, não só do aspecto das pessoas, da vida individual, sobretudo do nosso Porto Seco. Ali nós temos grandes indústrias que se deslocaram para aquela região e precisam ter um acesso melhorado na Cidade, que vai estar em relação com a cidade de Porto Alegre.

E, dessa forma também, bem lembrada pelo Ver. Beto Moesch, a questão do transporte náutico. Nós temos o Guaíba, tivemos uma consulta popular neste final de semana, com a opinião do porto-alegrense, dizendo que queremos ter acesso à nossa orla, mas é imprescindível que diversifiquemos também o transporte da Cidade em relação à Região Metropolitana. Não podemos mais depender apenas do transporte sobre rodas, não podemos apenas depender dos ônibus e dos carros; precisamos buscar alternativas, e as alternativas são o transporte náutico, como o Vereador lembrou, e também o metrô. É a possibilidade de a Região Metropolitana estar articulada com a cidade de Porto Alegre, especialmente na ampliação do metrô, que também é uma demanda antiga do Ver. Adeli Sell. Eu lembro que o Ver. Adeli Sell foi o primeiro Relator de uma Comissão Especial que tratou deste tema, lá nos idos de 2000, aqui nesta Casa, já apontando a necessidade do metrô na nossa Cidade.

Então, são vários temas, do ponto de vista estrutural, que precisamos estar discutindo, aperfeiçoando, e trazendo especialmente para dentro do Plano Diretor da Cidade. Eu penso que desta forma nós vamos tratar da mobilidade urbana com maior responsabilidade e com critério técnico, sem dúvida nenhuma, sendo levado em conta, juntamente com o aspecto político que é necessário para esta discussão. Muito obrigada. Seja bem-vindo à nossa Cidade!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Gostaria de aproveitar que nós estamos, nesta quinta-feira, num debate sobre mobilidade urbana, já que foi mencionado mais uma vez o transporte hidroviário, eu quero insistir que nesse final de semana, numa parceria entre a Câmara Municipal de Porto Alegre e a Câmara Municipal de Guaíba, nós faremos, a partir das 8 horas, em Guaíba, o Seminário que vai tratar do transporte coletivo de passageiros, porque nós temos grandes problemas nessa região, Porto Alegre/Guaíba, Guaíba/Porto Alegre. Portanto, gostaria de convidar os Vereadores, todos que puderem, a partir das 8, e aqueles Vereadores que não puderem que garantam a presença dos seus assessores, porque esse é um tema extremamente importante.

O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sr. Luiz Carlos Bueno; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; imprensa e demais presentes nesta Casa; provavelmente eu não vá usar os meus cinco minutos, mas achei necessário vir a esta tribuna porque aqui, Vereador Engenheiro Comassetto - a quem respeito e tenho orgulho de ser seu colega -, nós estamos num Parlamento. Se não houvesse divergências, não teria por que existir Parlamento. Desde que as divergências sejam dentro do seu tema, que não sejam de caráter pessoal – que não é o que acontece nesta Casa.

Eu fico pensando, quando se fala, Ver. Engenheiro Comassetto, em questões de avanço. Avanço é o que nós precisamos para a nossa Cidade. Vivemos numa Capital importante do Brasil. Uma Capital que cresce. Uma Capital que, a cada dia, a cada segundo, acolhe mais filhos que vêm do Interior, que vêm de outras cidades. Uma Cidade, salvo melhor juízo, que começou mal projetada. Posso estar equivocado no que vou falar aqui, mas a realidade, talvez, vá me absolver. Porque chega a uma determinada hora, na nossa Cidade, que não conseguimos nem ir para frente, para o lado ou para trás. Por que será? Será porque os projetos não foram bem elaborados? Será que alguns projetos foram equivocados? Ora, deveríamos talvez culpar a Administração tal, ou a tal, ou a tal? Ou vamos começar a questionar desde quando começou Porto Alegre?

E nós já temos a 3ª Perimetral! Salvo melhor juízo, Sr. Presidente, parece que estamos indo para a 4ª Perimetral! Há um Projeto, parece-me que é para a 4ª Perimetral. Desculpem, eu não quero, de forma alguma, atacar ninguém. Agora, eu pergunto aos senhores, aos meus próprios colegas. Eu vou tocar numa delas, a 3ª Perimetral, por exemplo, que foi feita para desafogar o trânsito. E ela, no momento, “afoga o trânsito”! Agora, se me disserem: “Ora, ela afoga, porque tem sinaleiras demais”. Bom, se ela tem sinaleiras demais, é porque ela foi mal projetada. Será que o investimento feito ali está dando benefícios? Será que não deveria ser aérea, Ver. Tarciso, em vez de terrestre? Ora, eu pergunto, Ver. Paulinho, Ver. Elias Vidal, ali, naquele corredor, parece que só uma ou duas linhas de ônibus passam, qual é a necessidade? Então, se poderia mexer ali e ter mais uma via de acesso para desafogar o trânsito.

Precisamos, na verdade, ter projetos; projetos para o futuro, não projetos para momentos, que é o que temos tido, infelizmente, é isso que eu quero dizer aqui. Há dinheiro? Precisamos de projetos? Então, vamos fazer projetos que venham fazer com que Porto Alegre seja uma capital-modelo em todos os sentidos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. DJ Cassiá fez a última intervenção dos Vereadores no período de Comunicações. Passo a palavra ao nosso visitante do Ministério das Cidades, Sr. Luiz Carlos Bueno de Lima, para as suas conclusões.

 

O SR. LUIZ CARLOS BUENO DE LIMA: Na verdade, o grande trabalho que existe hoje não é um trabalho no Brasil, não é um trabalho nos Estados brasileiros, nos Municípios brasileiros, é um trabalho que vem acontecendo em alguns países da América do Sul, em alguns países da América Central, que é a identificação e a busca daquilo que já existiu. Dou como exemplo o caso de Porto Alegre. Nós tínhamos em Porto Alegre o transporte sobre trilhos, o transporte elétrico, os bondes, as bicicletas eram utilizadas, no dia a dia, por muitas pessoas, não só para praticar exercício, mas para ir à escola, para ir ao trabalho, enfim, para uma série de ações diárias. Ao longo do tempo, isso foi trocado. Houve a opção pelo transporte sobre pneus, transporte de carga e transporte de passageiros. Hoje nós resgatamos isso. Quer dizer, qual a melhor forma de trazer novamente aquilo que nós já tivemos? O custo é alto, isso sai caro. Trabalhar trilhos, trabalhar rede aérea, a compra do equipamento rodante, nós temos investimentos pesados que deverão ser realizados ao longo do tempo, mas é a única forma que temos de efetivamente buscar um transporte de qualidade, um transporte não poluente ou com o mínimo de poluição, com um impacto ambiental mínimo e assim sucessivamente. Essa é uma preocupação que existe agora.

Eu torno a dizer que nunca nós tivemos tanto recurso disponível para investir em infraestrutura no território nacional como nós temos, agora, com o Governo do Presidente Lula. Agora, precisamos de bons projetos, projetos que considerem o crescimento dos Municípios, Presidente. Projetos que tenham 20, 30 anos para que nós cheguemos ao nível de capacidade máxima. Nós precisamos disso.

O caso lá do bairro Rubem Berta, Ver. Paulinho, nós precisamos ter esse projeto, o Governo Federal precisa ser demandado. Eu costumo dizer assim: não adianta termos um Presidente que se preocupa com a melhoria da qualidade de vida da população, se nós não formos demandados. Nós precisamos ser demandados. Recursos existem, nós precisamos desses projetos, efetivamente, precisamos. Se nós tivermos, podem ter certeza, se for um bom projeto, um projeto defensável, um projeto que seja avaliado tecnicamente e aprovado, esse recurso estará disponível, tenho certeza disso.

E, mais uma vez, eu quero colocar a estrutura do Ministério à disposição, quero me colocar à disposição, a SeMob, e dizer que é muito bom estar aqui, é muito bom estar na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na Cidade onde eu cresci, onde eu estudei, onde eu me desenvolvi e fico muito feliz em estar aqui. Obrigado a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós que agrademos, meu caro Luiz Carlos Bueno de Lima, e os Vereadores e Vereadoras, agora nas despedidas, podem fazer as consultas necessárias para cada projeto que tenham interesse com o Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana. E, às 18h, o Ver. Engenheiro Comassetto estará recepcionando os colegas que farão parte dessa Frente da Reforma Urbana, inclusive com a presença do Sr. Luiz Carlos Bueno. Então, queria agradecer e dizer que faremos uma pequena pausa para as despedidas, já chamando aqui o Ver. Tarciso Flecha Negra, para que assuma a presidência dos trabalhos. (Pausa.)

 

(O Ver. Tarciso Flecha Negra assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Tarciso Flecha Negra): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1201/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 007/09, de autoria dos Vereadores Beto Moesch e Dr. Raul, que altera a ementa, os arts. 1º, 2º e 3º e inclui arts. 2º-A e 3º-A na Lei Complementar nº 555, de 13 de julho de 2006, alterada pela Lei Complementar nº 574, de 7 de julho de 2007, alterando a abrangência da proibição ao uso de produtos fumígenos no Município de Porto Alegre, a definição desses recintos e as penalidades previstas ao não cumprimento dessa Lei Complementar.

 

PROC. Nº 1518/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 053/09, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que institui, no Município de Porto Alegre, a obrigatoriedade de instalação de medidores individuais de consumo de gás nas edificações condominiais, residenciais, comerciais e de uso misto, que possuam centrais de distribuição de gás e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01.

 

PROC. Nº 2205/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 095/09, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que reserva para os membros ativos da Polícia Civil, Brigada Militar e Guarda Municipal 10% (dez por cento) das unidades habitacionais dos empreendimentos habitacionais de interesse social que tenham a participação do Executivo Municipal na sua construção ou divulgação ou no seu processo de inscrição, seleção ou ingresso e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2492/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/09, de autoria do Ver. Elias Vidal, que concede a Comenda Porto do Sol à Larissa Maciel Kumer.

 

PROC. Nº 3030/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/09, de autoria do Ver. Elias Vidal, que inclui art. 9º-A na Lei Complementar nº 618, de 10 de junho de 2009 – que institui a adoção de equipamentos públicos e de verdes complementares por pessoas jurídicas e revoga a Lei Complementar nº 136, de 22 de julho de 1986 -, dispondo sobre o cercamento de áreas destinadas ao entretenimento infantil.

 

PROC. Nº 3285/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que obriga as empresas que contratarem, a qualquer título, serviços ou obras com o Município de Porto Alegre a manter em seus quadros mão de obra constituída por, no mínimo, 5% (cinco por cento) de ex-apenados ou apenados em cumprimento de penas em regimes aberto ou semiaberto.

 

PROC. Nº 3499/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 153/09, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que estabelece que todos os hipermercados e “shopping centers” no Município de Porto Alegre deverão ter o piso dos corredores e da frente de suas lojas demarcado com faixas amarelas com relevos próprios para a leitura por deficientes visuais.

 

PROC. Nº 3544/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/09, que institui o Programa de Recuperação de Crédito Habitacional do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), com a finalidade de redução da inadimplência dos Mutuários do Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB), com novação por avaliação, novação nos termos da Lei Federal nº 10.150, de 21 de dezembro de 2000, e regularização de conjuntos residenciais com ocupação consolidada.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3383/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Júlio Ribeiro de Castilhos o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7031.

 

PROC. Nº 3384/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Irmão Elvo Clemente, nome religioso de Antônio João Silvestre Mottin, o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7016.

 

PROC. Nº 0726/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 018/09, de autoria do Ver. Paulo Marques, que flexibiliza os locais de parada de veículos do transporte coletivo municipal e revoga a Lei nº 8.493, de 18 de maio de 2000.

 

PROC. Nº 1799/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/09, de autoria do Ver. Adeli Sell, que institui, no Município de Porto Alegre, o Bônus-Moradia e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2909/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/09, de autoria do Ver. Elias Vidal, que inclui art. 164-A na Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996 – que institui o Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre e dá outras providências –, e alterações posteriores, restringindo ao ambiente de trabalho o uso do uniforme pelos trabalhadores dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

 

PROC. Nº 3385/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 155/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Nelço Sangoi o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7029.

 

PROC. Nº 3454/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 150/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Sezefredo Nunes o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7302, localizado no Bairro Restinga.

 

PROC. Nº 3497/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 151/09, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Élio Mattos de Vargas o logradouro público cadastrado conhecido como Rua “A” – Loteamento Primavera –, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.

 

PROC. Nº 3523/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 024/09, de autoria da Mesa Diretora, que altera o § 3º do art. 31, o art. 96, o “caput” do art. 97, o § 4º do art 98 e o § 1º do art. 219 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, dispondo sobre eleição de presidente e vice-presidente das Comissões Permanentes, definição de Indicação e de Pedido de Providência, comunicação dos Pedidos de Providência não atendidos à Comissão de Constituição e Justiça – CCJ – e convocação de suplente. Com Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Tarciso Flecha Negra): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Tarciso, na presidência dos trabalhos; neste período de Pauta, eu queria chamar atenção dos meus colegas Vereadores, principalmente o pessoal da base de Governo, de que tivemos oportunidade aqui de aprovar o bônus-moradia para aqueles moradores que foram deslocados por meio do Pisa – Projeto Integrado Socioambiental. Meu caro Ver. DJ Cassiá, V. Exª estará conosco na Vila Cruzeiro, neste final de semana, e sabe da importância que tem a questão sobre a qual falei há pouco da ampliação da Av. Moab Caldas, da Cruzeiro. Eu tenho um Projeto que trata do bônus-moradia exatamente para quando necessário o deslocamento dessas pessoas. Hoje, inclusive, nós deferimos aqui uma Tribuna Popular para o pessoal da região da Tronco, que virá aqui acho que na segunda-feira colocar essa e outras questões. E nós estamos nos mobilizando, meus caros colegas, para que a gente possa aprovar, imediatamente, a garantia do bônus-moradia nessas circunstâncias para toda a Cidade, não só no caso específico. A lei foi aprovada por nós aqui, não teve rejeição. Nós aprovamos para o pessoal do PISA, mas nós queremos para toda intervenção e vamos ter várias intervenções para a Copa. O Fortunati já teve uma audiência conosco sobre essa questão, e nós estamos tratando, portanto, desse tema. Já conversei isso com o Ver. Nelcir Tessaro, que foi do DEMHAB, inclusive ele sugeriu que fosse cheque em vez de bônus, mas isso é uma questão semântica que vamos resolver aqui, indiscutivelmente.

O mais importante, o que interessa neste momento é que eu apresentei um Projeto de Lei, Ver. Brasinha, para que a gente não demore. E, quando nós não tivermos condições de edificações locais, apesar de que, na Tronco, o postão é possível, talvez, com edificações verticalizadas, para resolver o problema, mas sempre haverá alguém que não poderá ficar. Como é uma região, eu diria, nobre da Cidade, nós não podemos levar essas pessoas para o Cantagalo, porque moram muito próximo do Centro, sete minutos de ônibus e, portanto, essas pessoas têm uma história com essa comunidade, têm as crianças na creche, têm as crianças na escola, têm o trabalho, muitas vezes, próximo, e é assim que temos que trabalhar, porque a Cidade está cada vez mais miscigenada, inclusive habitação-comércio, comércio-habitação-serviços. E é importante a integração das classes sociais; quero lembrar aqui o caso, por exemplo, de Barcelona, onde o porto foi revitalizado, a área central, a Rambla, teve uma grande revitalização com pessoas das mais variadas rendas, inclusive de classe média, que ocuparam uma das áreas mais importantes de uma das cidades mais importantes do mundo, que é o caso de Barcelona. Eu dizia antes que nós temos, inclusive, que nos inspirar em exemplos de outras cidades que trazem boas propostas nesse sentido.

Portanto, trago aqui à apreciação das senhoras e dos senhores o bônus-moradia, para esses casos de intervenção que estamos fazendo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Tempo Especial.

Devolvo a presidência dos trabalhos ao Ver. Adeli Sell.

 

(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vamos justificar a viagem que fizemos para participar de um evento já por demais tradicional da maior Organização Não Governamental em defesa do meio ambiente do País, a SOS Mata Atlântica, que é o evento anual O Dia da Mata, organizado pelo ambientalista Mario Mantovani. Nós fomos convidados, porque o próprio Mantovani articula, já está em curso, e é bom que todos saibam, eu já havia colocado aqui, Ver. DJ, uma Frente Parlamentar de Vereadores em Defesa do Meio Ambiente. E, dentre a programação, que foi no Parque Ibirapuera, centenas de milhares de pessoas participaram dos mais diversos eventos, Ver. Dr. Raul, como exposições, debates, várias exposições sobre os viveiros que são feitos em várias localidades do País para a recuperação da Mata Atlântica, porque O Dia da Mata diz respeito à Mata Atlântica. Porto Alegre está inserida na Zona Núcleo de Mata Atlântica, poucos sabem disso, ali, a área do Lami está dentro da Zona Núcleo de Mata Atlântica, o próprio Atlas Ambiental coloca bem isso, é o encontro de dois grandes biomas, o Pampa e o da Mata Atlântica. Viamão e Porto Alegre estão no encontro desses biomas. E esses biomas precisam ser protegidos.

E nós fomos lá para, justamente, debater com outros Vereadores - de Fortaleza, São Paulo, Minas Gerais -, e representamos não só Porto Alegre, mas o Estado do Rio Grande do Sul, a plataforma ambiental de um Vereador, ou até mesmo de uma Câmara de Vereadores, no que diz respeito à proteção do meio ambiente. Claro, não só com relação à proteção da vegetação nativa, no caso, Mata Atlântica, mas o que deve ser feito, e debatemos há pouco isso, da necessidade de termos mobilidade, mas com qualidade. Não podemos, simplesmente, desafogar o trânsito e, com isso, aumentar a poluição atmosférica. Isso faz parte de uma plataforma ambiental de um Vereador e de uma Câmara de Vereadores, para que essa mobilidade se dê com um diesel menos poluente. O nosso diesel é um dos mais poluentes do mundo, e temos de cobrar isso da Petrobras, Ver. Todeschini, temos um péssimo diesel. Não adianta melhorar o transporte coletivo e a mobilidade tendo esse diesel. Temos de ter a bicicleta como um modal cada vez mais incentivado. Isso faz parte de uma plataforma; o transporte fluvial, o ferroviário, por isso, Ver. Brasinha, a importância de defendermos o metrô. E aí vai toda uma plataforma no sentido de termos um controle da quantidade e da qualidade dos recursos hídricos.

Que se faça, não só no tratamento dos efluentes domésticos, industriais, comerciais, hospitalares, a proteção da vegetação dos morros, da mata ciliar, dos recursos hídricos, porque sem isso, não vamos conseguir garantir a qualidade e a quantidade das águas. E tudo isso reflete na alteração climática. Por que estamos diante de uma mudança climática, já comprovada cientificamente? Por alterações radicais, insustentáveis, extremamente impactantes aos recursos naturais, para um modelo desenvolvimentista, tanto do capitalismo como do socialismo que viam apenas o desenvolvimento, a conquista material como única maneira de nós conquistarmos qualidade de vida. Mas isso acabou afetando sobremaneira os recursos naturais, e as mudanças climáticas, o comprometimento das águas, do ar, do solo, comprometem principalmente os menos favorecidos. Portanto, cuidar do meio ambiente é a melhor maneira de nós garantirmos a inclusão social.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, eu costumo dizer que o senhor é um especialista na área ambiental, mas eu quero também dar os parabéns, porque quando eu passo na orla do Guaíba, ou vou à Redenção, eu vejo aquele projeto maravilhoso que o senhor fez, aquela parceria com a Pepsi Cola. Quero dizer, meus parabéns, Vereador, porque ali está a marca de um trabalho que o senhor defende bastante, e eu acho fantástico aquele trabalho. Eu não tive a oportunidade de dar os parabéns, mas agora estou dando.

 

O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Brasinha. É importante, também, tu colocares isso, porque a Agenda 21, que é a principal Conferência da Eco 92, coloca que nós só vamos conseguir ter uma agenda ambiental pró-ativa com parcerias. O setor público, o setor privado e a sociedade, unidos, fazendo a melhoria do meio ambiente; as Organizações Não Governamentais fazem muito bem isso, elas trabalham em parcerias com as empresas e com o setor público, e com isso, claro, alavancando a participação da sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje, no início da nossa Sessão, nós tivemos uma Tribuna Popular trazida pelo Sindicato da Saúde, do nosso Município, do nosso Estado – o SINDISAÚDE - onde o tema da saúde, mais uma vez se tornou pauta de discussão nesta Casa na questão do Hospital da ULBRA.

Agora, nós estamos, Ver. Brasinha, e agradeço a sua colaboração, no sentido de agendar com o Secretário de Saúde para resolver esse problema, mas, nós estamos na iminência de um trágico desfecho no que diz respeito aos PSFs da nossa Cidade. Há mais de vinte dias, sob a coordenação do Ver. Todeschini, Presidente da Comissão de Saúde, estivemos com o Secretário de Saúde e também com o Secretário de Gestão buscando uma alternativa para um problema que a própria Prefeitura criou ao fazer um conveniamento com uma entidade de São Paulo chamada Instituto Sollus; e esta irregularidade que a Bancada do PT, aguerrida e por compreender o risco que os cofres públicos estavam correndo à época, entenderam que deveríamos não realizar este conveniamento, mas estimular a aprovação do TAC, estabelecido pelo Ministério Público e pela Secretaria da Saúde através de um Projeto de Lei, e o acordo da nossa Bancada para aprovação desse Projeto de Lei na sua tramitação nesta Casa; coisa que até hoje, não aconteceu, Ver. Todeschini. Não aconteceu a discussão e a aprovação desse Projeto tão importante para garantir a manutenção dos trabalhadores na área da Saúde. E para a nossa surpresa, os jornais de hoje da Cidade trazem aqui que o Procurador do Município, o Sr. Figueira, mantém uma investigação, que eu acredito que não seja uma investigação, quem faz investigação é a polícia, mas, mantém uma sindicância para apurar as irregularidades do Instituto Sollus. E nós, para nossa surpresa, soubemos que a Sollus recebia mensalmente dois milhões e 600 mil reais, e a maior parte desse valor, dois milhões aproximadamente, eram destinados ao pagamento dos profissionais que atuam nas equipes de Saúde; e aí tem uma série de funcionários, trabalhadores, agentes comunitários, enfim. Esse contrato foi rompido, por obra e graça da ação do Ministério Público do Tribunal de Contas. E esta Bancada, desde o início deste ano, quando teve as denúncias de corrupção na Secretaria da Saúde, Ver. Cassiá, tem trabalhado para a instalação de uma CPI nesta Casa. E, mais uma vez, a matéria de hoje dos jornais da nossa Cidade nos deixa preocupados, porque o Procurador do Município diz aqui nesta matéria que há indícios de maiores irregularidades, na Secretaria da Saúde, nos seus contratos. Foi assim com o contrato da Empresa Reação e, portanto, neste contrato com a Reação, que até agora não sabemos o que aconteceu, mas espero que a Polícia Federal – que, na semana passada, recebeu toda a documentação desta Casa, da Bancada do PT, que foi entregue ao Superintendente da Polícia Federal - descubra, de fato, o que aconteceu no episódio da Reação.

Nós verificamos agora que, também no Instituto Sollus há problemas, e o Diretor-Geral do Instituto Sollus, Sr. Igor Dias, afirma nos jornais de hoje que reconhece a inconsistência dos documentos apresentados na prestação de contas à Secretaria da Saúde, mas que o valor de um milhão e 800 mil reais não é um valor tão significante que deva preocupar os cofres públicos. Está aqui a declaração do Diretor-Geral do Instituto Sollus. Agora, eu gostaria de saber, de parte do Instituto Sollus – vamos fazer um Pedido de Informações para a Secretaria Municipal – qual foi o funcionário responsabilizado por esta demanda de notas frias que foi colocado para que rompesse o contrato? Quem é esse funcionário do Instituto Sollus? Não foi divulgado o seu nome, mas nós queremos saber quem é essa pessoa, porque certamente ela terá muito a informar a esta Casa?

Para finalizar, também causa estranheza que esta mesma ONG – Instituto Sollus, essa mesma empresa, também teve seu contrato rompido com a Prefeitura de Catanduva - SP, exatamente pelo mesmo motivo: por irregularidades. Mais de 500 mil reais, a Prefeitura de lá reteve na contratação, no repasse no conveniamento, porque lá também apresentou, no início deste ano, Ver. DJ Cassiá, em fevereiro, irregularidades no seu contrato. Portanto, continuamos vigilantes e atentos.

Queremos, sim, instalar nesta Casa uma CPI da Saúde, para que, de fato, possa-se verificar o que está acontecendo com o dinheiro que é público, dinheiro que é de todos nós, em detrimento de uma qualidade, de uma melhoria no atendimento da Saúde na nossa Cidade. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Visivelmente não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h55min.)

 

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